Quando recobrei a visão estava deitada no sofá, na sala dos professores. Bruno estava sentado numa mesa de centro a minha frente com uma expressão preocupada. Não pude deixar de sorrir com seu desespero ao me ver abrir os olhos.
_ Graças a Deus! Estava quase te pegando no colo e te levando para um hospital!
_Você não precisava fazer isso... Eu estou bem.
_Não foi o que pareceu. Três garotas da sua turma e o seu irmão foram atrás de mim na minha sala... Eu pensei que tivesse morrido!
_Quanto exagero... - Digo me levantando. - Ai!
Olho para o lugar de onde vem a dor, meu tornozelo está muito inchado e meu pé está horrível! Pareço ter alguma doença circulatória ou um caso grave de bebedeira.
_ Está ficando roxo. - meu amigo comenta o que eu já havia visto. Sua expressão de desgosto é só um reflexo da sua insatisfação. - Você deveria tomar cuidado meu amor, podia ser pior.
Meu coração acelera com a forma que ele fala comigo, meu coração se aquece com a certeza de que se estou apaixonada por ele sou correspondida. Sinto isso nos olhos dele, na forma como me olha, no jeito carinhoso com que fala comigo.
_Eu estou completamente apaixonada por você. - Digo olhando nos dele que muda sua expressão de preocupado para surpreso e logo depois um sorriso enorme se abre em seu rosto.
Houve poucas vezes em toda nossa vida juntos que vi esse garoto sorrir dessa forma. Uma delas foi quando ganhou o primeiro vídeo game. Seus olhos brilham como esmeraldas. É lindo!
_ Está tentando me ludibriar para não tomar um bom esporro? - Ele brinca.
_ Também. - Continuo e sorrio.
_ Não deveria, porque isso me fez perder toda a raiva que estava sentindo por você ter se machucado desse jeito.
Sorrio e me arrasto para a beira do sofá e beijo meu meio namorado. Bruno coloca sua mão na minha nuca e aprofunda nosso beijo. Beija-lo sabendo o que eu sinto e o que ele sente é muito melhor.
Ouvimos um raspar de garganta, dona Olívia, diretora da escola estava em pé na porta da sala do professores onde havia uma divisão com a secretária.
_Fico feliz que esteja melhor Ana, pelo visto não foi tão grave. - Enquanto anda seus olhos encontram o meu pé e ela faz uma careta. - Seu pé está horrível! Não acho que tenha quebrado, mas a torção foi bem feia. De qualquer forma sua mãe está vindo te buscar.
_Minha mãe!? - Minha pergunta é carregada de surpresa e a diretora não deixou de perceber. - É que o contado do meu responsável é a Lílian, mãe do Bruno, ela quem me criou todo esses anos, ela tem minha guarda. - Trato de me explicar.
_Uma guarda compartilhada com sua mãe. Eu liguei para Lílian primeiro, - ela olha na direção do meu amigo e depois se volta na minha direção - como ela não atendeu, liguei para sua mãe.
_Ah! - É tudo o que eu digo.
_ Espero que tenham lido o manual do aluno, principalmente a parte que fala que são proibidas os contatos físicos de forma íntima. - Olívia diz se referindo ao beijo que ela interrompeu.
_ Me desculpe... Só estava mesmo feliz... - tento justificar.
_Não vai acontecer de novo. - Bruno fala ao mesmo tempo que eu.
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