_ Bom dia flor do meu dia. - Wallace fala sorrindo enquanto se senta ao meu lado. - Trouxe isso para te agradecer por ter me ajudado a estudar para a prova de história. - ele estende uma pequena barra de diamante negro.
Sorrio feito criança, amo diamante negro!
_E como foi sua nota? - pergunto enquanto abro bo chocolate.
_Consegui uma nota ruim... Mas tudo bem. - sua voz e semblante sério são um banho de água fria na minha felicidade
_ Sério!? Você se esforçou tanto! - ficamos praticamente três horas na biblioteca estudando. - Qual foi sua nota? Deve dar tempo de recuperar, eu te ajudo! - me ofereço.
_ Eu tirei quarenta... Damon sorri depois de fazer sua melhor encenação de tristeza.
_Você fechou a prova! Sorrio enquanto ele balança a cabeça com o um sorriso ainda maior. - Meus parabéns! Nossa! Você tirou uma nota maior que a minha!!! Meus parabéns! Foi super merecido. - eu me levanto e dou um abraço apertado nele.
_Se não fosse você eu com certeza não iria conseguir... Obrigado! - ouço sua voz em meu ouvido soprando contra meu cabelo enquanto estamos abraçados.
O professor entra na sala e a aula de biologia começa. Odeio biologia e mais ainda essa parte, não sei porque falar sobre sexo, corpo e hormônios... Céus! Isso é constrangedor! Wallace olha pra mim o que faz sentir ainda mais vergonha.
Quando a aula termina eu agradeço, sempre fico feliz quando essa aula acaba. É um alívio tremendo! As duas aulas seguintes são de literatura e nessa matéria eu sou, modéstia a parte, muito boa!
O intervalo começa e hoje Bruno não veio. Esqueci o dinheiro na escrivaninha do meu quarto e preciso urgentemente achar o cartão que meu pai me deu ou ficarei com fome hoje. Reviro toda a minha mochila, olho uma, duas, três vezes nos bolsos em busca de qualquer coisa que possa salvar minha vida. Nada.
O inspiro com força tentando me acalmar. Vou ter que pedir a meu irmão dinheiro emprestado para ter como comer. Enquanto procuro por ele no pátio Damon para ao lado e coloca a mão no fim das minhas costas, um toque um pouco íntimo de mais no meu ver, por isso me afasto um pouco.
_Quem está procurando? Seu namorado?
_O Bruno não veio hoje, está passando mal, estou procurando meu irmão.
_Eu vi ele indo para quadra... Com uma menina...
_Ah! Deve ser a namorada dele... Hum... - respiro fundo - Acho que vou ter ir atrás dele.
_Do que você precisa? Eu posso te ajudar? - Damon segura o meu braço, ele é delicado e não aperta o braço.
_Não precisa... Eu só vou pedir uma coisa... - mordo meu lábio inferior pensando se devo ou não falar com ele.
_Que coisa? Posso ajudar? Você sabe que eu faria qualquer coisa para ajudar, você sempre me ajuda.
_ Eu preciso de dinheiro para comprar um salgado, eu esqueci meu dinheiro em casa. É só emprestado mesmo...
_Tudo bem. O que você quer? Quanto você quer?
_ Eu... Hum... Não, não é tudo isso! Uns dez reais da! - Digo quando vejo Wallace tirar uma nota de cinquenta da carteira. - Se você não tiver tudo bem...
Ele sorri como se aquilo não fosse nada e eu fico com ainda mais vergonha.
_ Eu tenho mais, não se preocupe, não vai fazer falta...
_Eu não sei... - meu estômago ronca e dói ao mesmo tempo. Estou nervosa.
_Vamos fazer o seguinte você compra o que quiser, eu pago e depois você dá. Assim não pega o dinheiro na mão, tô vendo que está com vergonha.
_É, pode ser. - Olho para os lados e para cantina que está vazia. Acho que ninguém vai reparar se eu comprar alguma coisa e Damon pagar.
Entro na cantina eu quero comprar cachorro quente mas sei que não posso gastar. Meus olhos procuram pelo lanche mais barato. Acabo decidindo pelo pão de queijo e um leite com chocolate. Um total de cinco reais e quarenta centavos. Acho que meu lanche nunca foi tão barato.
Eu me sento em uma mesa e meu novo amigo e bem feitor vai no caixa para fazer o pedido. Ele volta com dois amburgueres grandes e um suco de uva daqueles que parecem vinho e uma coca.
_Você deve estar com fome... Trouxe esse suco porque sei que você gosta dele. Wallace da ombros com a minha pergunta silenciosa como se soubesse que eu estava falando. - Como eu disse acho que está com fome.
_Quanto foi tudo isso!? - Estou preocupada porque o meu limite diário de lanche é de dez reais e com certeza isso foi bem mais.
_Não sei, rasguei a nota. - ele sorri e seus olhos brilham fazendo o azul ficar mais claro, como uma piscina no verão.
_Você não deveria fazer isso... Tem que me falar quanto é, preciso te pagar! - mesmo não sabendo como - Me diz quanto foi e amanhã te trago o dinheiro. - pelo menos eu tento trazer, penso.
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