Eu percebi que apesar de tudo Carla estava certa. Era hora de virar a página. Com a mala pronta para a viagem na mesma noite eu resolvi que beber o dia inteiro seria a mais estúpida solução, também a mais aconselhável já que estava com medo.
Não eram sete horas quando entrei no Donna Peri, o restaurante de um hotel caro e com a melhor comida da região. Enquanto comia e tomava wisk, eu sei, é uma péssimo combinação, olhava ao redor pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.
Foi assim que vi aquele cara entrando no restaurante, de mãos dadas com uma mulher bonita, que não era Ana, lá estava ele sorrindo. Seus olhos brilhantes enquanto olhava para a mulher.
Pediram champanhe, com certeza ele deveria estar comemorando! O que esse filho da puta comemorava?
Acabei de comer e continuei bebendo e bebendo, uma hora depois eu já estava bem mais bêbado do deveria e muito cheio de raiva do casal sentado a três mesas a minha frente. Me levantei meio cambaleando depois de pagar a conta, fui até a mesa onde o ladrão estava cortejando a mulher.
_Ora, ora, ora... Se não é o safado que roubou minha mulher! Essa aqui você também roubou ou...
_Boa noite Bruno. - Damon responde sério me cortando enquato olha para mulher como se dissesse alguma coisa.
_Bruno... - A mulher diz devagar e depois de um tempo seus olhos se abrem como se lembrasse de algo. - É o Bruno da Ana!? - ela pergunta.
Só de ter citado o nome da vagabunda acredito que saiba muito mais do que eu imaginava. Fico confuso por um tempo e depois recobro a minha atenção para Wallace que me olha com um pequeno sorriso sarcástico.
_Então ela conhece a piranha? - falo sem olhar para mulher.
_Não fala assim da minha amiga seu covarde! Você não tem...
_Amor? Não... Aqui não. - Damon repreende a mulher. - Não acho que ela queira que façamos isso. - os olhos azuis do homem me olham avaliativos, com um julgamento, que estou bêbado de mais para tentar compreender. - Porque não subimos para nosso quarto. Bruno pode nos acompanhar e conversamos com ele. - o babaca tenta acalmar a mulher que parece estranhamente nervosa e defende Ana como se a conhecesse. Não a história verdadeira com certeza!
Olho ao meu redor e vejo que todos pararam suas refeições para nos observar. Talvez seja por esse motivo que o safado está tão interessado em me fazer subir para o quarto. Não sei porque, - quero dar um soco nesse cara há muito tempo - quero subir. O casal parece perceber minha aceitação e caminha a minha frente. A mulher me olha constantemente com raiva.
Damon abre a porta do quarto, um quarto muito cheio de luxo, que claro, ele pode pagar. Fico parado entre a porta onde o safado está escorado e a mulher em pé a minha frente. O silêncio pesado e constrangedor paira sobre nós.
_Então, quem vai começar a falar? - tento começar um maldito diálogo.
_ Pra começar quero deixar bem claro que você é um babaca. - Damon dá ombros como se não tivesse acabado de me ofender e eu bêbedo de mais para reagir - Eu quem beijei a Ana no dia do festival... Eu pensei estar apaixonado por ela, e cara! - ele respira fundo parecendo magoado ouço o que ele diz tentando entender onde ele quer chegar e o que sinto com o que ele me diz. - Se eu soubesse o que ia acontecer... Ela nunca correspondeu ao beijo e nunca me olhou como mais que um amigo.
A mulher senta na cama e olha para nós com uma expressão preocupada, não há surpresa na face dela e eu presumo que ela saiba de tudo apesar de não conhece- la.
_Vocês namoraram... Como pode ter certeza que ela não te via como algo além de um amigo? - pergunto.
_Porque... - ele está com vergonha?
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