Eduarda Amorim
Eu sinto o ambiente mudar de um ambiente acolhedor, para um ambiente frio e constrangedor.
Meu senhor já tinha me dito e as meninas também, que este senhor era amigo dos pais dele, mas em nenhum momento pensei que fosse encontrar com ele neste jantar.
Mesmo porque, meu Senhor ficou irado com as coisas que ele disse naquele dia sobre mim. Olho para ele e está, com um olhar frio para o Silvio.
Acabou que eu infligir a regra e fui impulsiva mais uma vez. Acabei agarrando sua mão, como se procurasse um bote salva vidas.
Este homem me incomoda. Ele me olhava de um jeito que eu não gosto.Eu não sei porque, já que eu nunca o vi, e ele nunca foi uma opção como dominador.
Ele não tinha nada a ver comigo.
Achei que meu senhor fosse chamar minha atenção por ter agarrado a sua mão. Mas ele não fez. Pelo contrário, ele apertou mais ainda a minha mão. Vejo ele digitando no celular, logo depois a campainha toca.
-Quem será agora? - fala o Sr. Armando impaciente.
-É meu segurança, pai.
Arthur olha para ele, e os dois parecem que se comunicam com o olhar.
Maria abre a porta e Ítalo entra, se pondo atrás do sofá onde estamos sentados.
Senhora Eleonora abre a boca para falar algo, mas logo Armando chega por trás dela a cutuca, e ela desiste.
As coisas ficam meio esquisitas, então Paulo coça a garganta chamando a atenção para si.
-Como foi sua viagem Silvio? Seu carro ganhou a corrida desta vez?
-Ficou em quinto no ranking. Para nós foi uma grande corrida, mas precisamos melhorar o tempo. Por isso estamos testando outras formas de deixar o carro mais veloz.
-Como o que? - Paulo pergunta interessado.
-Tecnologia. Ela sempre deixa as coisas melhores.
Eles continuam conversando e Arthur não larga a minha mão.
Maria diz que o jantar será servido e todos se encaminham para a mesa.
Italo fica parado no alpendre da porta da sala de jantar.
Ouço Bernardo falar com Arthur.
-É necessário isso, cara?
-Sim... Não confio nele... Não era para ele estar aqui e assim que puder, vou embora...
-Pelo o que entendi, meu tio não sabia que ele viria..
-Foi uma armadilha Bernardo... Ele fez surpresa porque sabia que se avisasse que ia vir, eu não viria no jantar e nem traria Duda.
-Arthur, só não estraga a noite de seus pais. Eles estão muito felizes.
Sinto D. Eleonora segurar meu braço e dizer:
-Querida, se sente aqui ao meu lado, e filho, ao lado de seu pai.
Ele parece contrariado por ficar longe de mim, mas vai mesmo assim.
A mesa está com lugares marcados. Me sento ao lado de Eleonora e de Sabrina. Fico mais feliz pelo Silvio estar sentado quase na ponta da mesa.
Ela pôs as mulheres de um lado da mesa e os homens do outro, talvez para deixar todos confortáveis. Afinal todas elas são submissas, e é natural não participarmos da conversa dos homens.
Italo sai do alpendre da porta e vem quase encostado na parede atrás de mim. Eleonora olha para ele, e revira os olhos. Tadinha, ela deve está boiando com a situação.
-Não se assuste com o filho superprotetor que tenho. Ele puxou o pai em tudo. Acredito que ele deva ter uma boa explicação, para o Ítalo está te escoltando.
-Não me importo Eleonor, até gosto do cuidado que ele tem comigo.
Ela sorri. Ela é tão linda! A única coisa que vejo do Arthur nela, são os olhos verdes, porque o Arthur é a cara do pai. Acredito que quando chegar na idade dele, ficará igual a ele.
Ela é baixinha como eu, loira de cabelos cortados Channel. Tipo mãe de comercial, usa um vestido rosa moldado ao seu corpo, scarpins altos e um colar de pérolas. Exala elegância e generosidade. Me apaixonei ao vê -la. Arthur me disse que ela e seu pai tem uma relação de sub/Dom.
Fiquei surpreendida, porque pra mim eles parecem um casal normal. E ela é tão falante! Acho que a única atitude que vi que me pareceu ser uma submissa, foi quando ela ia argumentar porque Arthur chamou o segurança, e Armando a repreendeu com um olhar e um toque no ombro. De resto nem parecia.
Já a mãe de Bernardo e Paulo, estava na cara o quanto eram submissas. Nenhuma delas falavam muito, e tinham uma postura rígida e ereta, de que estavam acostumadas a muitos anos a se portarem assim.
Era um grupo bem interessante de observar. E eu estava aprendendo com Arthur, o quanto era prazeroso observar as pessoas.
Olho para meu Senhor, e ele está me olhando com o rosto indecifrável. Sorrio para ele e ele sorri pra mim.
A entrada é servida. Uma salada muito colorida e refrescante. O garçom vem querer encher meu copo de vinho, mas dispenso. Já bebi uma taça de champanhe. Não vou abusar.
Eles começam a conversar sobre diversas coisas, e eu me concentro em meu prato.
-Querida, vou passar no casarão essa semana, e te roubar pra irmos às compras. Odeio ir ao shopping sozinha.
-Eu preciso falar com seu filho primeiro Senhora, ele não gosta muito que eu saia sem ele.
Ela bufa...
-Igualzinho o pai…-Eu sorrio por causa do jeito dela. -Eu resolvo isso. Preciso comprar roupa de cama e banho. Um enxoval inteiro, porque não tenho quase nada. Maria pode ir conosco, se o Arthur a liberar pra mim. Não conta pra ele, mas estou pensando em roubar ela dele. Eu não sei viver sem minha Maria...
-Sinto o mesmo por Açucena.
-Ahhhh, você sabia que Açucena nasceu lá no casarão? Um doce de menina.
-Ela me contou senhora.
-Duda, nada de Senhora...
-Desculpas, saiu sem querer... Quanto a roubar Maria, acho que Arthur já sabe...
-Sério? Será que eu sou tão transparente assim?
-Desde que a Senhora voltou, Maria sumiu do casarão... Então... Ele meio que deduziu...
Ela faz uma careta engraçada.
Eu o olho e ele está concentrado numa conversa com o pai, Bernardo e Paulo.
Sabrina conversa animada com Camila, que está sentada ao seu lado.
Até agora tudo bem! Nenhum desastre no jantar!
*****
CAPÍTULO 64
Eduarda Amorim
Logo depois do jantar viemos todos para a sala de estar novamente, foi servido um licor e café.
Eu estou sentada num sofá junto com meu Senhor e a mãe dele. Ele pôs os braços em volta da minha cintura e a manteve ali, bem perto dele.
O senhor Armando se senta no piano e começa a tocar uma melodia gostosa de se ouvir, eu fecho os olhos e curto.
Ele sussurra em meu ouvido.
-Conhece?
-Não meu Senhor...
-Se chama "Het Waves".
-É linda!
-Infelizmente não herdei as habilidades de meu pai com o piano.
Eu sorrio.
-Se o Senhor soubesse, além de tudo, tocar piano seria irresistível.
-É mesmo?!?!
Eu confirmo com a cabeça e ele sorri beijando minha testa.
Torno a fechar os olhos e só fico curtindo a música linda!
-Meu amigo, estou doido pra fumar um charuto daqueles que você trouxe de Lisboa.
-Como sabe que eu trouxe Silvio? -Armando diz sorrindo.
-Eu te conheço, meu caro...
-Alguém disse charuto? Estou dentro... -fala Bernardo animado, se levantando do sofá também.
-Ahhh não... Estava tão bom você tocando piano. - diz Eleonora, minha futura sogra.
Ops, onde eu tirei isso?
Confesso... Queria muito que ela fosse minha sogra.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Senhor
LIVROMUITO BOM, BEM ESCRITO, ROTEIRO MUITO ENVOLVENTE, PARABENS, MAL POSSO ESPERAR PELA HISTÓRIA DE PAULO E SABRINA, APESAR DE ARTHUR SER O PROTAGONISTA DESTE PRIMEIRO LIVRO, MEU CRUSH FOI PAULO, ACHEI ELE UM FOFO....