Miriam levantou o rosto.
Os olhos de Afonso estavam vermelhos, com uma expressão feroz, claramente à beira de perder o controle.
— Não se aproxime, eu... eu vou chamar... chamar a polícia agora...
Afonso avançou num salto, tomou o celular dela e o lançou na banheira ainda cheia de água.
Miriam se ergueu do chão, tentando fugir do banheiro.
Afonso agarrou seus cabelos e a jogou de volta.
Levantou o braço e arrancou o cinto.
Ao ver o homem segurando o cinto, se aproximando passo a passo, Miriam ficou completamente paralisada no chão.
...
...
No salão da festa.
Inês saiu do toalete e notou que Kléber estava parado na outra ponta do corredor, conversando com Bruno. Ela ergueu o vestido e se aproximou.
— Aconteceu alguma coisa?
— Nada demais! — Kléber entregou discretamente o celular a Bruno, sorriu e passou o braço pela cintura dela. — Vamos, precisamos cumprimentar os convidados.
Os dois voltaram juntos ao salão da festa. O olhar de Inês percorreu o ambiente até encontrar o Sr. Campos, que conversava animadamente com outros convidados.
— Como você conseguiu conquistar o Sr. Campos?
Clarinda sempre fora enredada pelas palavras doces de Afonso, e até pouco tempo atrás, a família do Sr. Campos via Afonso como futuro genro.
Naquele instante em que o Sr. Campos apareceu, até Inês acreditou que ele estivesse ali por causa de Afonso.
Quem poderia imaginar que Kléber conseguiria trazê-lo para o seu lado? Inês estava realmente curiosa sobre como ele fez isso.
— Não se preocupe com isso, querida.
Kléber não quis contar a ela sobre os métodos obscuros e inconfessáveis por trás daquele resultado.
Coisas sombrias, desprezíveis...
Era algo que cabia a ele resolver.
Com a mão na cintura de Inês, Kléber ergueu a taça em direção a alguns executivos e acionistas da Monte Sereno, que estavam próximos dali.
Todos imediatamente responderam, levantando as taças para o casal.
Depois de pedir para Bruno cuidar dos detalhes finais, Kléber ajudou Inês a vestir o casaco e a acompanhou até o andar térreo.
O motorista ligou o carro e seguiu em direção ao Residencial Topázio.
No banco de trás, Kléber envolveu a cintura de Inês com o braço.
Aproximou-se, encostando a cabeça junto ao ouvido dela.
— Amor, já faz dias... Acho que seus parentes já deveriam ter ido embora, não?
Parentes?
Inês ficou confusa por alguns segundos, até entender a insinuação. Corou, respondeu baixinho.
Kléber não disse nada, apenas roçou de leve a ponta do nariz na orelha dela.
Com os dedos na cintura de Inês, ele acariciou suavemente suas costelas, através do tecido do vestido, como se tocasse um piano.
A luz dos postes entrava pelas janelas do carro, oscilando de intensidade.
Na madrugada, o carro estava silencioso.
Inês sentia, junto ao ouvido, a respiração quente e suave do homem.
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