Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 163

Arrastando a mala, Inês pegou um táxi de volta à Casa Antiga Barbosa e passou no supermercado do bairro para comprar mantimentos para alguns dias.

Depois de organizar as malas e os alimentos, ela fez um jantar simples e logo se dirigiu à sala de música para praticar com dedicação.

O som melodioso do violino escapou pela janela, ecoando na noite do início do inverno.

Do lado de fora, não muito distante, na rua, Kléber estava recostado no banco do carro, com o braço esquerdo ainda enfaixado.

Enquanto fumava um cigarro, ele ouvia a melodia que vinha da casa.

Aproveitava o momento de olhos semicerrados e, com a mão direita apoiada sobre o volante, batucava ritmicamente com os dedos.

Comparado a alguns anos atrás, a técnica dela estava ainda mais refinada, e a força emocional da música atingia o coração de quem ouvia.

Com o talento de Inês, ela certamente conseguiria ter sucesso.

Na madrugada, exausta, Inês terminou a prática.

— Sra. Quadros, força, meu bem, seu marido acredita em você.

Ao ouvir o fim da música e ver que as luzes do quarto dela se apagaram, Kléber ligou o carro e saiu do condomínio de casas.

Exceto pelas visitas ao hospital para ver o pai, Inês praticamente passou todos os dias trancada na sala de música, praticando.

Logo chegou a sexta-feira — o dia da competição oficial da etapa regional do país.

A amiga Camila já estava sabendo da notícia.

Na tarde de sexta-feira, ela fez questão de dirigir até o Residencial Topázio para buscar Inês.

— Essa casa está exatamente igual à de antes. — Camila entrou na Vila Barbosa com uma sacola de papel, olhando ao redor com surpresa. — Aliás, Inês, você é demais! Conseguiu a casa de volta tão rápido assim?

— Não fui eu. — Inês serviu uma xícara de chá quente para ela. — Foi o Kléber que comprou.

— O quê! — Camila quase se engasgou, largando a xícara e limpando a boca com a mão. — Como é que é? O Kléber comprou essa casa pra você?

— Quem faz gentileza sem motivo tem segundas intenções! — Camila piscou para ela. — Sabe como é, convivência gera sentimento!

— Mas a gente só se conhece faz poucos dias...

— Não estou falando desse tipo de convivência, né?

Inês ficou confusa por um momento, mas logo entendeu e pegou uma uva para jogar nela.

— Sua safadinha!

— Só estou sendo realista. — Camila assumiu um ar sério. — Baseada na minha experiência como advogada de primeira linha e leitora assídua de romances... esse cara gosta de você, com certeza!

Inês abaixou os olhos, escondendo o olhar, e sorriu sem responder.

Se Kléber realmente gostasse dela, por que ainda manteria aquele laço complicado com Lúcia?