Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 219

Lúcia baixou o rosto, sem dizer nada.

Não responder também era uma resposta.

Eliseu percebeu a verdade, sentindo-se ainda mais irritado, as sobrancelhas se franzindo com força.

— Como você pôde fazer uma coisa dessas?

— Eu... — Lúcia fungou — Eu só queria que o Kléber e a Inês se divorciassem, não imaginei que... o Wagner desistiria do recurso.

Lúcia deu um passo à frente e abraçou a cintura dele.

— Mano, me desculpa de verdade.

— Você!

Eliseu quis perder a paciência, mas, ao ver o rosto de Lúcia coberto de lágrimas, amoleceu novamente.

Suspirando, levantou o braço e a abraçou suavemente.

— Desta vez, eu te perdôo, mas... não haverá uma próxima.

— Então... — Lúcia levantou o rosto — Como você vai explicar isso para o Kléber?

— Vou pensar em alguma solução, ver se consigo que o caso seja reaberto. — Eliseu deu leves tapinhas nas costas dela — Vamos, vamos para casa primeiro.

Os irmãos saíram juntos da orquestra e entraram no carro de Eliseu, indo embora.

Logo depois que os dois se afastaram, o carro de Kléber chegou e parou na calçada.

Ele fez um sinal para o motorista seguir adiante, segurou o buquê de flores, guardou os ingressos de cinema no bolso e subiu rapidamente as escadas.

Ao chegar no escritório de Inês, Kléber bateu levemente na porta.

Ninguém respondeu lá dentro.

Kléber, intrigado, empurrou a porta e viu apenas uma sala vazia.

Virou-se e saiu, caminhando apressado até a sala de ensaio.

Abriu a porta devagar e, ao ver Gisele praticando, Kléber entrou sorrindo.

— Srta. Gisele, por favor... você viu a nossa Inês?

— Sr. Quadros? — Gisele virou-se, franzindo a testa com surpresa — A Inês pegou o voo desta noite, já foi embora antes do previsto, o senhor não foi ao aeroporto se despedir?

Voo desta noite?

Kléber ficou atônito.

As palavras de Lúcia, embora duras, não estavam erradas.

Se Kléber realmente se importasse com ela, por que teria ficado com Lúcia?

Ao pensar nisso, uma onda de raiva subiu ao peito de Inês.

Desligou o telefone e atirou o celular no banco do passageiro.

Vrrr—

O celular voltou a vibrar, mas Inês nem olhou para ele; pisou fundo no acelerador.

A SUV acelerou imediatamente, fazendo a curva na terceira avenida e entrando nas Mansões do Lago.

Parou o carro em frente ao prédio, subiu rapidamente, arrastou a mala e jogou algumas roupas dentro dela, sem se preocupar com a bagunça.

Na pressa, ao sair com a mala, bateu com força o joelho no batente do closet.

A dor aguda a fez se curvar, massageando o joelho.

Foi então que notou, no tornozelo, o pingente da tornozeleira aparecendo.

Naquela noite, quando Kléber colocou a tornozeleira em seu pé, Inês achou que era apenas um gesto de posse masculina.