O pedido tinha chegado algumas horas antes, mas naquela hora ela estava ocupada praticando piano e não ouviu.
O pedido dele, ela não podia recusar.
Inês apressou-se em apertar o botão de aceitação.
Em menos de dez segundos, o telefone de Kléber retornou a ligação.
Com medo de incomodar os outros colegas, Inês atendeu rapidamente e entrou apressada no lavatório.
– O que foi... – a voz do homem soou preguiçosa, um pouco rouca, vindo pelos fones de ouvido e, na solidão da madrugada, parecia ainda mais sedutora – Não consegue dormir sem meu abraço?
Aquele narcisista!
– Só bebi um pouco demais ontem à noite.
A noite de outono estava fria, a janela do lavatório estava aberta. O vento gelado a atingiu e Inês espirrou forte.
Kléber percebeu que a voz dela soava um pouco nasal.
– Pegou um resfriado?
Ela fungou, apertando o sobretudo em volta do corpo.
– Não.
– Então vá deitar cedo. Mulher que vira a noite envelhece rápido, e eu não quero me casar com uma mulher de aparência cansada.
Esse homem parecia não ficar satisfeito se não a provocasse pelo menos uma vez por dia!
De mau humor, Inês também ficou ácida.
– Você também está acordado. Homem que vira a noite não só envelhece rápido, como também...
As palavras pararam em sua boca e Inês as engoliu de volta.
Aprendera aquela piada imprópria com Camila – não era adequada para dizer a Kléber.
– Como também o quê? – Kléber perguntou.
O rosto de Inês esquentou – Como também... engorda uns cinco quilos, e fica careca!
– Fique tranquila, minha esposa, eu vou garantir que você... seja feliz todas as noites!
A voz do homem vinha com um sorriso, descontraída.
Inês quase podia imaginar a expressão dele, ao mesmo tempo malandra e travessa.
Da boca desse cachorro não sai coisa boa!
– Vou dormir. Tchau.
Inês desligou o telefone na hora.
O celular vibrou novamente.
Na tela, apareceu uma mensagem do WhatsApp de Kléber.
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