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Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 250

Quando finalmente chegou o momento de assinar o acordo de divórcio, Inês ainda sentiu um estranho turbilhão de emoções que não conseguiu identificar com clareza.

Nem ela mesma sabia ao certo o que era aquilo.

O olhar de Kléber permaneceu fixo na ponta da caneta dela, e seu rosto bonito não demonstrava muita expressão.

Ele observou enquanto ela finalmente movia os dedos, preparando-se para assinar o próprio nome no documento.

De repente, Kléber estendeu a mão direita, mas, ao chegar na metade do caminho, retraiu-a rapidamente, como se tivesse sido queimado.

Inês, concentrada nos papéis à sua frente, não percebeu esse pequeno gesto.

Depois de assinar as duas vias, Inês pegou uma delas e guardou em sua mochila, colocando a outra de volta na pasta de documentos.

— Então... estou indo.

Kléber permaneceu em silêncio.

Ela abriu a porta do carro, desceu com a mochila nos ombros e colocou a pasta com o acordo de divórcio sobre o banco do carona.

Levantou os olhos e fitou Kléber no banco do motorista. Seus lábios tremeram, mas, no fim, ela se virou sem dizer nada.

Fechou a porta e caminhou em direção à entrada do centro de reabilitação.

— Inês!

Ouviu de repente a voz de Kléber atrás de si.

Inês virou o rosto e viu que ele já havia saído do carro, embora ela não soubesse quando.

O inverno na Capital deixava a paisagem dos arredores ainda mais desolada.

O sobretudo preto de Kléber destacava-se sob o céu pálido de inverno, fazendo-o parecer ainda mais magro.

Um nó apertou a garganta de Inês, e seus olhos arderam involuntariamente.

Ela se esforçou para controlar as emoções e esboçou um sorriso.

— Você... ainda precisa de alguma coisa?

Kléber permaneceu junto à porta do carro, observando de longe os cabelos e as roupas dela esvoaçando ao vento.

Por fim, não resistiu: correu em sua direção e a envolveu num abraço apertado.

— Pai, tenho uma boa notícia para te contar. O caso do meu irmão será revisado.

Raimundo, que praticava pegar feijões com os talheres, estremeceu e deixou cair o feijão no chão com um pequeno estalo.

— Sério?

Inês se aproximou, pegou o feijão do chão e o devolveu ao prato.

Ela estendeu a mão e segurou a mão pálida e trêmula do pai.

— O advogado disse que as chances do meu irmão são muito boas. Quando chegar o Carnaval, o senhor também já poderá voltar para casa. Assim, a família toda vai se reunir.

A mão de Raimundo tremia, assim como seus lábios. Os olhos, marejados, reluziam de emoção.

— Que bom... Pastel, assistir ao desfile das escolas de samba, ouvir música... Nossa família... todos juntos, todos!

Inês abraçou o pai com força e assentiu vigorosamente.

— Sim, todos juntos.

Pai e filha se abraçaram e choraram, compartilhando o alívio e a esperança.

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