Desde o acidente, Inês não tinha derramado uma lágrima.
No entanto, quando ela tocou nele novamente, segurando a palma de sua mão, as lágrimas caíram sem aviso.
Essas dez horas foram, para Kléber, as dez horas mais torturantes de sua vida.
Para Inês, foi o mesmo.
Ninguém sabia, afinal, o que Inês tinha passado nessas dez horas.
A enfermeira trouxe uma cadeira e colocou ao lado de Inês.
Ela não se sentou, apenas segurou a mão de Kléber, deixando que as lágrimas caíssem, uma a uma, molhando a palma da mão dele e o dorso da sua.
A enfermeira ficou ao lado dela por um instante, orientando-a baixinho sobre alguns cuidados, e saiu silenciosamente da UTI.
Só depois de um tempo, Inês conseguiu controlar as emoções e sentou-se ao lado do leito.
Segurou a mão de Kléber e a encostou em seu rosto. Falou suavemente:
— Você sabia?
— Eu... eu agora realmente me arrependo, me arrependo de não ter dito tantas coisas para você.
— Na verdade, eu... eu já tinha me apaixonado por você há muito tempo, só não queria admitir.
— Eu ainda me lembro, naquela noite em que fui te encontrar, eu realmente achei que você era um canalha, ainda pior do que na época da escola, mais assustador...
— Quando você pediu para eu te beijar, eu realmente quis virar as costas e ir embora.
Inês forçou um sorriso.
— Você sabia? Aquela foi a coisa mais ousada e fora do comum que já fiz em mais de vinte anos de vida.
Segurando a mão dele, ela começou a contar desde o dia em que se conheceram, passo a passo, até o acidente da noite anterior.
Nunca, em toda sua vida, Inês tinha falado tanto, nem tinha aberto tanto seu coração para ele como naquela noite.
Do lado de fora do hospital.
O sol se pôs e voltou a nascer.
Pela janela, pessoas iam e vinham.
Para os outros, aquele poderia ser apenas um dia comum.
Mas para Inês, cada minuto e cada segundo pareciam durar um século.
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