— Eu sei que você me odeia. Considere isso como uma pequena compensação de minha parte, tudo bem?
— Você não me deve nada, nem precisa me compensar. — Inês retirou a mão da dele, baixou os cílios, evitando olhá-lo. — E eu também não te odeio.
Kléber fechou a mão com força.
— Então, fique com as coisas.
— Eu não posso aceitar.
— Por que não pode? Nós já fomos casados, mesmo com o divórcio, os bens devem ser divididos.
Kléber se virou abruptamente e segurou os ombros dela com as mãos.
— Isso é seu por direito.
— Eu não casei com você por causa disso.
Inês ergueu a mão e tirou a dele de seu ombro, saindo do escritório a passos largos.
— Inês! — Kléber a seguiu. — Agora não é hora para ingenuidade ou teimosia. Já pensou que seu pai precisa de dinheiro, vai precisar de um lugar quando sair do hospital? E seu irmão? O caso dele também precisa de dinheiro, onde ele vai morar quando sair? Por que você insiste em separar tudo tão rigidamente? Mesmo divorciados, ao menos... nós já fomos marido e mulher, não fomos?
Inês parou, fechou os olhos por um instante.
Preferia que Kléber fosse cruel com ela.
Estavam prestes a se divorciar, ela já havia decidido desistir dele. Por que ele ainda precisava ser gentil?
Será que ele não percebia que era isso que a machucava?
Mordendo os lábios, Inês virou-se para ele com frieza.
— Porque eu não preciso da sua caridade, porque ainda quero preservar um pouco do meu orgulho, não posso?
Kléber ficou parado no corredor, sem palavras.
Virando-se, Inês voltou a passos largos para a suíte principal.
Entrou no closet, pegou suas roupas às pressas e as jogou na mala.
Nem se preocupou em verificar se estava tudo em ordem, fechou a mala rapidamente e saiu do quarto.
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