— Não se esqueça de tomar o seu remédio.
Bruno o lembrou, preocupado, mas só pôde se virar e sair da mansão da Família Quadros.
Kléber tomou apenas uma tigela de sopa antes de deixar os talheres de lado. Durante todo o tempo, ele não tocou o camarão que havia em sua tigela.
Antônio percebeu, franziu a testa sem dizer nada e, após largar os próprios talheres, levantou-se.
— Vamos, venha comigo ao escritório.
Os dois subiram, um atrás do outro, até o escritório. Antônio sinalizou para que Kléber se sentasse no sofá, fechou a porta pessoalmente e foi sentar-se em frente a ele.
— Também soube do que aconteceu na sua empresa. Você… se envolveu com alguém perigoso?
— Isso é problema meu, não seu. — Kléber recostou-se preguiçosamente no sofá. — Voltei apenas para que você cumprisse sua promessa.
O olhar de Antônio recaiu sobre a mão esquerda dele.
A mão esquerda de Kléber, apoiada no braço do sofá, estava desnuda.
No anelar, apenas um leve sinal de onde antes havia um anel; sua aliança havia sumido.
Antônio franziu a testa. — E você e a Inês, como estão?
— Conforme você pediu, já conversei com ela. Estes dias vamos assinar os papéis do divórcio. — Kléber deu de ombros. — Se não acredita, pode ir comigo.
Ao notar o tom hostil do filho, Antônio franziu mais o cenho, levantou-se devagar e foi até a janela.
— Sei que você talvez não acredite no que vou dizer. A pessoa de quem mais me arrependo de ter magoado nesta vida foi sua mãe. Até hoje, me culpo pelo que fiz com ela.
Antônio se virou lentamente, fitando o rosto de Kléber no sofá.
— Você tem certeza de que quer mesmo se divorciar da Inês?
— E o que mais eu poderia fazer? — Kléber levantou-se, encarando-o com o olhar escuro. — Não é isso que você quer ver?
Antônio ergueu a mão direita, apertando a ponte do nariz.
— Já está tarde, vá descansar. Amanhã cedo levo você até o Grupo Quadros. O seu quarto continua o mesmo, se precisar de alguma coisa, fale com o mordomo.
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