— Sobre os detalhes específicos do divórcio, ainda gostaria de conversar com você.
Ao ouvir Kléber mencionar o divórcio, Inês achou difícil recusar novamente.
— Então... obrigada pelo incômodo.
— Vamos, meu carro está ali.
Kléber pegou o violão das mãos dela com naturalidade e seguiu à frente, guiando o caminho.
Inês o acompanhou, observando as costas largas do homem, sentindo um nó apertar em sua garganta.
Ela já havia decidido, em seu coração, deixar tudo para trás, mas ao vê-lo novamente, não conseguiu evitar um leve sentimento de tristeza.
Ao chegarem ao lado do carro, Kléber abriu a porta do passageiro para ela.
— Entre.
Inês agradeceu e acomodou-se, afivelando o cinto de segurança.
Kléber sentou-se ao volante, ligou o carro e entrou na avenida.
O trânsito estava congestionado, andando e parando.
Normalmente, Inês não sentia enjoo em viagens de carro, mas dessa vez, não conseguiu evitar o mal-estar. Levantou a mão para cobrir os lábios e disfarçou com uma tosse leve.
Ao ouvi-la tossir, Kléber virou o rosto em sua direção.
— Você está bem?
Inês balançou a cabeça suavemente, abriu a garrafa de água mineral e tomou um grande gole, tentando conter a náusea.
— Estarei livre durante o dia nos próximos dias. Quando quiser resolver a papelada, é só me ligar. Na transferência do apartamento e do carro, colaborarei com você. As cotas de Monte Sereno continuam conforme combinamos: eu lhe dou 3%, os outros 7% você administra por enquanto. Fora isso, tem mais algum pedido?
— Não quero sua parte, se você confiar em mim, posso administrar para você. — Kléber hesitou por um instante. — Por causa da situação da empresa, todos os meus bens estão bloqueados, então o apartamento e o carro continuam em seu nome. Se eu acabar falindo, pelo menos terei onde ficar.
Se a empresa de Kléber não superasse a crise, poderia ir à falência.
Deixar esses bens no nome dela seria, no futuro, uma forma de garantir uma saída para ele.
Inês compreendeu sua intenção e assentiu.
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