O homem tirou um porta-cartões do bolso e entregou um cartão a ela, lançando-lhe um olhar lascivo enquanto avaliava seu rosto.
— Eu já lancei várias modelos de revistas. Com sua beleza e seu corpo, se eu te indicar, você vai ficar famosa rapidinho! Uma oportunidade dessas não aparece pra qualquer uma!
O editor não fazia ideia de quem ela era, achando que se tratava apenas de uma musicista qualquer.
No dia a dia, ele costumava usar sua posição para se aproveitar de moças bonitas.
Assim que Inês começou a tocar, ele já havia notado sua presença e decidido que ela seria sua presa naquela noite.
Só pelo jeito do homem, Inês percebeu logo que ele não tinha boas intenções.
— Desculpe, não tenho interesse.
Sem aceitar o cartão, Inês desviou dele e se apressou em direção à saída.
— Calma, linda, pra quê essa pressa? — O editor foi atrás dela e segurou seu pulso. — Se você não gosta daqui, vamos conversar em outro lugar, que tal?
Sentindo a palma suada do homem em contato com sua pele, Inês sentiu um asco profundo.
Com um movimento brusco, ela se desvencilhou da mão dele.
— Não encoste em mim!
— Tá se fazendo de difícil por quê?
Vendo a resistência dela, o editor ficou com a expressão fria.
Rindo com desdém, ele se aproximou mais, agarrou o pulso de Inês e a puxou para perto de si.
— Não pensa que eu não sei que tipo de menina você é. Por fora finge ser uma falsa santa, mas basta ver dinheiro que tira a roupa mais rápido que frango depenado. Quer dinheiro, né? Diz quanto você quer...
Ele não terminou a frase: uma mão já havia se estendido e agarrado seu braço.
Kléber apareceu com a testa franzida e o semblante sombrio.
— Tire essas mãos imundas dela agora!
O editor soltou o pulso de Inês, lançou um olhar de desprezo para Kléber e torceu a boca.
— Tô avisando, não se mete onde não é chamado, ou vai atrapalhar minha conquista...
Antes que concluísse a frase, o punho de Kléber já havia acertado seu rosto com força, o impacto ecoando pelo salão.
O editor sentiu uma dor aguda no nariz, estrelas explodindo diante dos olhos.
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