Cláudia ainda quis dizer algo, mas Afonso estendeu a mão e segurou seu braço.
– Mãe, deixa pra lá. Clarinda, vamos escolher outro restaurante, pode ser?
Clarinda, lançando um olhar de desprezo para Inês e Camila, segurou o braço de Afonso com preocupação, e os quatro saíram juntos.
Camila acompanhou Inês ao banheiro, ajudando-a cuidadosamente a retirar os cacos de vidro do cabelo. As lágrimas caíram do seu rosto, tamanha a compaixão que sentiu pela amiga.
– Por que você pediu desculpas para aquele cretino? Se tiver que ir para a delegacia, que vá! Por que teria medo deles?
– Eu não tenho medo – Inês se abaixou, pegou água com a mão direita e lavou o rosto, removendo o vinho com indiferença –. Não vale a pena arruinar seu futuro por esse tipo de gente! Da próxima vez, não desperdice um vinho tão bom com um canalha desses, senão não pago a conta.
Camila não conteve o riso. Olhou para Inês, e seus olhos se encheram de lágrimas novamente.
– Me desculpe, Inês, a culpa foi minha!
– Não foi sua culpa. O Afonso fez de propósito... Senão, como ele conseguiria conquistar o coração da beldade? – Inês ajeitou o cabelo diante do espelho –. Vamos, vamos escolher outro restaurante e comemorar direito.
No espelho, a jovem ainda tinha manchas de vinho na roupa.
Mas não havia lágrimas em seu rosto, apenas teimosia e força.
Camila presenciou a transformação da amiga; sentiu dor e orgulho ao mesmo tempo.
– É isso aí, quanto mais tentarem nos ferir, mais felizes temos que ser. Não vamos dar esse gosto a eles.
As duas voltaram ao restaurante. Enquanto Inês arrumava as coisas, Camila pagou a conta discretamente.
Ela sabia que Inês estava com dificuldades financeiras e, claro, não a deixaria pagar.
Foram para outro restaurante e pediram novamente comida e vinho.
Inês foi a primeira a erguer a taça.
– Vamos brindar! Pela cirurgia bem-sucedida do meu pai, pelo sucesso da minha apresentação... Saúde!
As duas jovens sorriram e brindaram.
Inês levou a taça aos lábios, tomou um gole e, para sua surpresa, percebeu que não estava tão abalada quanto imaginara.
Kléber tinha razão.
Quanto mais forte ela fosse, menos Afonso conseguiria feri-la.
Ao pensar nele, um sentimento cálido e suave aflorou em seu peito.
Depois de um almoço alegre, as amigas seguiram juntas para o hospital onde Raimundo estava internado.
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