Inês, sem alternativa, acabou se sentando para comer com ele.
Assim que Kléber largou os talheres, ela imediatamente arrumou novamente o balde de gelo e o puxou para o quarto principal.
Kléber cooperou, tirando a roupa e deitando de bruços na cama.
Inês embrulhou o gelo em uma toalha e cuidadosamente a colocou sobre o machucado dele.
Comparado ao que ela vira no hospital, o ferimento dele estava ainda mais inchado.
O inchaço avermelhado de antes agora tinha se tornado um roxo escuro, tornando-se ainda mais grave aos olhos dela.
Com uma mão, apoiou suavemente a cintura dele, enquanto com a outra movia cautelosamente a toalha com gelo para outra posição.
Ao tocar o ponto mais dolorido, Kléber contraiu visivelmente a região lombar.
Inês rapidamente retirou o gelo.
— Está doendo?
— Um pouco.
— Quer que... eu pegue um analgésico para você?
— Não precisa! — Kléber controlou a respiração e virou o rosto para ela. — Só me dá um beijo que já passa!
Achando que ele estava só brincando, Inês apenas deu um leve tapinha nas costas dele.
— Fique quieto!
Conforme a orientação médica, ela aplicou o gelo por quinze minutos. Depois, enxugou cuidadosamente as gotas d’água das costas dele com uma toalha e aplicou o spray anti-inflamatório sobre o ferimento.
Guardou a toalha e o balde de gelo e, ao ver Kléber tentando se levantar apoiando-se nos braços, logo correu para segurar o ombro dele.
— O que você pensa que está fazendo? O médico não disse que é melhor repousar na cama?
Ainda havia muito trabalho a ser feito, e ele realmente não tinha tempo para ficar deitado.
— Ficar deitado sozinho é muito entediante. — Kléber virou-se de lado, deu tapinhas no travesseiro e, em tom brincalhão, disse: — Só se... minha esposa ficar aqui comigo!
Inês apertou os lábios e virou de costas.
Kléber riu por dentro, achando que ela ia sair do quarto.
Mas, para sua surpresa...
Inês não foi embora. Ao contrário, tirou o casaco de lã de costas para ele e soltou o cabelo preso.
Vestindo apenas uma blusa preta justa, ela caminhou até ele com os cílios baixos, deitou-se ao seu lado e passou o braço delicadamente ao redor do pescoço dele.
Inês, com o rosto corado e o coração disparado de nervoso, ainda assim, teve coragem de levantar o rosto e dar um beijo nos lábios dele.
— Assim está bom?
Ele já tinha feito tanto por ela, e isso era tudo que ela podia retribuir!
Kléber levantou a mão esquerda, afastou o cabelo bagunçado da testa dela e falou com a voz rouca:
— Eu já te ensinei, isso não é beijo de verdade!
Ele se inclinou e tomou os lábios dela.
Inês não se esquivou, apenas fechou os olhos, abraçou o pescoço dele, abriu os lábios e deixou que ele a conduzisse, até mesmo tentando retribuir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Único Amor Sempre Foi Você