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Meu Único Amor Sempre Foi Você romance Capítulo 98

O vapor d’água preenchia o banheiro.

Inês estava curvada, sentada na banheira.

Kléber não se importou com mais nada, entrou às pressas e se agachou ao lado dela.

— Inês, o que você está fazendo aqui?

— Eu só queria tomar um banho, mas... — Inês esfregava o ombro com força — por mais que eu lave, não sai.

No ombro dela, havia um hematoma visível.

Era a marca deixada por Afonso ao segurá-la com força.

Ela esfregou tanto que a pele já estava avermelhada.

Kléber segurou a mão dela, que ainda insistia em se lavar, e afastou com cuidado os fios de cabelo do rosto dela.

— Não precisa lavar mais, Inês está limpíssima.

Puxou a toalha de banho e a envolveu, tirando-a da banheira.

Kléber a colocou sentada sobre a pia, pegou o secador e começou a secar seus cabelos, erguendo a mão para segurar seu rosto delicado.

— Viu? Nossa Inês está cheirosa e limpinha de novo!

— Sério?

— Claro.

— Mas... — Inês abaixou o rosto, arranhando o pescoço onde Afonso a havia beijado — ainda sinto que não está limpo...

Bastava fechar os olhos para pensar em Afonso.

Lembrava do toque dele sobre sua pele, do modo como ele a segurava...

E sentia enjoo novamente.

Embora, por tocar violino, ela não deixasse as unhas crescerem, ainda assim a pele marcava-se com arranhões avermelhados.

— Inês! — Kléber segurou o pulso dela com carinho, levou-a de volta para a cama e a cobriu com o edredom — Acredite em mim, você está mesmo muito limpa, de verdade!

Lá fora, sem que percebessem, começou a chover.

As gotas, levadas pelo vento, batiam forte contra a porta de vidro da varanda, e Inês se encolheu assustada.

Na época do colégio, também houve uma noite de chuva assim.

Kléber percebeu e franziu as sobrancelhas, preocupado.

— Inês! — Ele segurou os ombros dela — Se eu te beijar agora, você vai se sentir mal?

Inês levantou o rosto, olhou para ele por um instante e balançou a cabeça, negando.

Kléber se inclinou e beijou suavemente o rosto dela.

— E assim, sente algum desconforto?

Inês balançou a cabeça novamente.

Ele então beijou seus lábios.

— E assim?

Ela continuou negando.

No rosto da moça, não havia traço de desgosto ou constrangimento.

Estava claro que ela não rejeitava o toque dele.

Tão suave, tão...

Envolvente!

Sentindo os beijos dele descendo pelo seu corpo, ela se encolheu instintivamente.

— Suja!

Ela ouviu a voz dele. Ele disse:

— A minha Inês... é a mais limpa!

O som da chuva diminuía pouco a pouco do lado de fora.

Só conseguia ouvir o sangue pulsando em seus ouvidos.

Ela esqueceu completamente Afonso, esqueceu tudo o que há poucas horas a havia feito sofrer tanto.

Lembrava apenas...

Dos beijos dele.

Das mãos dele...

Tão gentis, tão quentes.

Ele a incendiava com seus beijos.

...

Lá fora, a chuva finalmente cessou.

Dentro do quarto, Inês adormeceu deitada sobre o travesseiro, exausta.

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