Evitar Colton não estava sendo fácil. Kate tinha voltado de vez para seu apartamento depois de chegar a um acordo com o proprietário. Ele concordou em deixá-la quebrar o contrato depois de seis meses, em vez dos doze que ela havia assinado, se até o fim do mês ela ainda quisesse prosseguir com essa ideia. Kate o agradeceu profusamente. Aquilo era um alívio, para dizer o mínimo.
Colton parecia sair para fumar sempre que ela estava saindo de seu apartamento. Eles batiam um papo rápido, mas Kate fazia questão de manter distância. Ela não achava que poderia lidar com mais nada. Seu peito doía todas as noites, esperando os inevitáveis gemidos perfurando suas paredes, mas eles nunca vinham.
Ela estava sentada de pernas cruzadas em sua cama, com seu notebook à sua frente junto com alguns papéis para o trabalho. Colocou um pouco de música, na esperança de levar sua imaginação para longe de Colton. Tinha ouvido a cama ranger, os grunhidos suaves ecoando pela parede. Felizmente, ele estava mantendo sua amiguinha quieta, embora o estômago de Kate ainda revirasse com aquele pensamento.
O celular tocou ao lado dela, tirando-a de seus pensamentos autodestrutivos. Kate sorriu, vendo o número de Paloma: “Ei, P.”
“Ei, amor, eu preciso de um grande favor.” Ela estava sem fôlego, e uma onda de pânico tomou conta de Kate. “Dylan deveria ficar com a Floss hoje à noite, mas ele está no Pronto Socorro. Acham que ele está com apendicite. Meu chefe não tem como cobrir meu turno com um aviso tão em cima da hora, e eu não tenho para onde levar a Floss. Você acha que pode ficar com ela por algumas horas? Eu posso levar ela aí para você.”
Kate hesitou. Cuidar de crianças não era seu forte, mas ela sentiu o desespero de Paloma e acabou concordando: “Sim, é claro. Ela vai estar com uma bolsa e tudo que eu preciso, certo?”
Paloma riu, aliviada: “Sim. Está tudo na bolsa. Você só precisa dar comida para ela às 17:30. Está na bolsa, na lancheira dela, e dê mamadeira para ela às 18:30. Só mantém ela entretida enquanto isso. Passo aqui por volta das 19h. Você salvou minha vida, Kate. Eu te devo uma!”
"Sim. Sim, você deve”, Kate concordou.
Kate desligou a chamada e arrumou suas coisas de trabalho, fazendo uma careta para as roupas de ginástica usadas. Jogou tudo no cesto de roupas sujas e correu para o chuveiro.
Quando já estava vestida, uma batida forte na porta ressoou. A vozinha de Florence balbuciou na escada, e Paloma repetia vários “hum” e “oh, é mesmo?”. Kate correu e abriu a porta, e a pequena criança sendo empurrada em sua direção.
“Tudo o que você precisa está na bolsa dela. A lancheira está no fundo com o chá. Só aqueça antes de dar para ela, mas não muito quente! Ela tem brinquedos aí também. Se ela ficar muito barulhenta, você pode colocar um filme e ela geralmente senta e assiste. Sinto muito, tenho que ir. Já estou hiper atrasada.” Paloma beijou a testa da filha e fez um beicinho: “Tchau, bebê, por favor, seja boazinha. Vejo você às sete.”
E então ela se foi.
Kate se virou e segurou Florence em seu quadril, colocando a bolsa no chão. Florence gorgolejou, puxando os cabelos marrons de Kate. “Ah, não, querida. Não coma meu cabelo”, ela murmurou, colocando-a na sala e pegando alguns brinquedos para ela brincar.
Kate suspirou, esfregando as mãos com cautela. Ela não tinha ideia do que fazer com uma criança. Era filha única. Florence grudou nos brinquedos alegremente, e Kate se jogou ao lado dela.
Não demorou muito para que a pequena ficasse entediada. Florence chorou, largando o livro de plástico com o qual estava brincando e chamando por sua mãe. Kate ofereceu os brinquedos aparentemente intermináveis de sua bolsa, mas nenhum a acalmou. Ligou a televisão, vasculhando os canais em busca de algo que a fizesse parar de chorar. Nada funcionou.
Kate pegou Florence em seus braços e a embalou suavemente, mas os grandes olhos castanhos da criança ainda estavam cheios de lágrimas, e ela chorava e chamava por sua mãe. Florence não estava acostumada a ficar com ninguém além de Paloma e Dylan. Claro que ela ia estranhar. A experiência nula de Kate com bebês não ajudava.
“Me desculpa, Floss”, Kate suspirou, dando um beijo gentil na cabeça de Florence e imitando os movimentos suaves com seus cabelos morenos, que ela tinha visto Paloma fazer um milhão de vezes. Florence pareceu se acalmar um pouco, mas seus lábios ainda estavam curvados para baixo, e pequenas lágrimas ainda brotavam em seus grandes olhos castanhos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu Vizinho Pervertido
O final do livro , por favor...
Mais livros dessa autora por favor...
Maravilhoso esse livro ,prova que quando se quer mudar , agente muda....