Meu Vizinho Pervertido romance Capítulo 67

Caixas de papelão cobriam os quartos vazios do novo apartamento de Colton e Kate. Um sofá e um armário baixo eram os únicos móveis na sala de estar. Todo o resto ainda não estava montado; tudo embalado em caixas, espalhado pelo apartamento. Começaram comprando uma cama nova, já que Kate não se sentia confortável dormindo em sua antiga cama depois de Preston, e não havia chance de ela querer a cama de solteiro de Colton em seu novo apartamento. Mas a situação ganhou novas proporções e logo eles compraram uma nova mesa de jantar e cadeiras, mesinhas de cabeceira, mesa de centro e uma escrivaninha. Kate se sentiu culpada quando o caixa registrou as compras, mas não podia negar a sensação de renovação que a mobília lhe trazia.

O elevador no complexo de apartamentos tinha sido uma bênção para Colton e Heath, enquanto carregavam caixa após caixa do carro para o terceiro andar. Heath entrou, deixando cair uma caixa de utensílios de cozinha aos pés de Paloma. Ela sorriu para ele, dando-lhe um selinho antes de iniciar o processo de limpeza e arrumação. Era tedioso, e Kate estava muito grata por ter amigos tão maravilhosos.

Florence brincava alegremente com seus brinquedos no tapete que Kate havia estendido para ela no meio da sala de estar. Ela parava sempre que Colton entrava, fazendo careta e rindo quando ele mostrava a língua para ela.

No banheiro, Kate sorriu quando Colton entrou, enxugando o suor de sua testa com uma das toalhas recém-dobradas que Kate havia guardado. Ela torceu o nariz para ele, observando com irritação enquanto ele jogava a toalha no chão.

"Ei!" ela resmungou, batendo em seu braço de brincadeira.

Colton riu, relutantemente pegando a toalha e jogando-a no cesto. Ele puxou Kate em seus braços, plantando um beijo suave em seu nariz enquanto ela sorria.

“Tem elevador. Por que você está tão suado?”, ela brincou, rindo baixinho quando ele ergueu uma sobrancelha de um jeito travesso, antes de enterrar sua testa úmida no pescoço dela. “Eca, nojento”.

“Não seria tão ruim se não tivéssemos que carregar tantas caixas do carro. Eu realmente não entendo como uma pessoa pequena pode ter tanta tralha”, ele bufou, seus lábios roçando a pele do pescoço dela enquanto falava. Kate sentiu um arrepio percorrê-la. Colton sorriu, levantando a cabeça para olhar para ela: "Estou falando sério. Acho que eu tenho cerca de cinco caixas e você tem umas 120”.

"120, minha bunda", ela revirou os olhos, incapaz de abafar o sorriso que surgiu em seu rosto com o brilho dos olhos de ônix dele. Pela primeira vez em uma semana, ele parecia esperançoso; esperançoso sobre o estado de seu relacionamento, sobre seu futuro juntos. Com certeza não tinha sido fácil. O medo que a consumia havia se tornado um fardo esmagador em seu relacionamento já tenso. Kate não conseguia trabalhar, assumindo a maior parte de sua carga de trabalho para fazer em casa. Ela lutava para não surtar sempre que Colton tinha que sair, tanto que ele adiou o início de seu novo emprego. Felizmente, seu novo chefe foi compreensivo e mais do que paciente, mas Kate não podia negar a apreensão que sentiu com a ideia dele começar a trabalhar em algum momento.

Apesar disso, eles estavam fazendo progressos. Os pesadelos dela começaram a diminuir, e o desejo irresistível de ter Colton de frente para ela na cama foi se dissipando devagar. A terapia tinha sido uma dádiva divina.

Kate respirou fundo e traçou o leopardo no antebraço dele antes de adotar seu sorriso mais convincente. "Então..."

"Ah, não", ele zombou, arqueando uma sobrancelha. "O que você quer?"

"Bem, Charlie achou que poderia ser benéfico para nós... talvez... se fôssemos à terapia... juntos".

“Charlie? O seu terapeuta Charlie?”

Kate assentiu esperançosa, mordendo o lábio enquanto observava os olhos dele rolarem dramaticamente.

"Você sabe por que ele está sugerindo isso, né?"

Ela sabia exatamente por que ele estava sugerindo aquilo, mas não tinha dúvidas de que Colton negaria qualquer informação que ela já tinha fornecido a Charlie. Ver Colton entrar em banhos quentes de vapor havia se tornado uma ocorrência regular; a pele dele sempre vermelha e começando a formar bolhas. Pequenas queimaduras apareciam em seus braços, e quando Kate o questionava, ele dava de ombros e dizia a ela que acidentalmente tinha jogado a cinza do cigarro na direção errada. Se ela abordasse o assunto com ele, Colton rapidamente desconversava. Ele concentrava toda a sua energia nela, garantindo que ela estava bem, mas o coração de Kate doeu quando ela viu o jeito como ele desmoronou em um momento em que achou que ela não estivesse olhando.

"Ele acha que vai ajudar..."

Colton balançou a cabeça de um jeito desafiador e a silenciou: “Porque ele vai ganhar mais dinheiro com você. Se você acha que isso te ajuda, amor, isso é ótimo, mas eu não acredito nessa besteira. Você sabe disso”.

“Eu só achei que poderia ser bom para a gente. Isso pode fortalecer a maneira como a gente se comunica e tudo”, ela suspirou, tentando permanecer casual e agir como se não estivesse desapontada com a recusa direta dele.

“O que mais ele pode dizer que a gente já não saiba? Que eu sou todo ferrado? Talvez ele nos surpreenda e me diga por que eu sou tão ferrado. Talvez ele junte dois mais dois e nos diga que meu pai era um merda abusivo e minha mãe está morta e é por isso que eu sou um idiota. Quer dizer, eu tenho certeza que nós dois estamos bem cientes desses fatos”, ele retrucou em tom sarcástico, afastando-se dela. Seus músculos enrijeceram sob a pele firme quando ele balançou a cabeça com determinação: "Isso não é pra mim, Kate".

Kate sabia que convencer Colton a ir à terapia não seria uma tarefa fácil, mas ela esperava que ele pelo menos estivesse aberto à ideia. Colton não estava interessado em falar. Ele preferia ações; brigando, fodendo, quebrando coisas, mas Kate sabia que se eles queriam começar uma família, ele precisava ser capaz de se comunicar com palavras.

Embora quisesse insistir no assunto, Kate ficou quieta. Sempre parecia que eles iriam discutir a qualquer momento, e ela não queria passar o primeiro dia em seu novo apartamento brigando. Colton queria que ela ficasse com raiva, para puni-lo por suas ações naquela noite, mas isso não era uma opção para Kate. Ela não o culpava e Colton não aceitava aquilo. Ele sempre parecia estar provocando e tentando fazê-la explodir. Ela suspirou, pensando que aquilo era só mais uma coisa que a terapia poderia ajudá-los a resolver.

Colton fez uma careta, dando um beijo hesitante no topo da cabeça dela enquanto caminhava para a porta, murmurando baixinho: “É melhor eu voltar para ajudar o Heath”.

Kate sentou-se no chão, apertando a ponta do nariz e abrindo a caixa que Colton havia trazido. Ela riu dos rabiscos bagunçados na lateral da caixa, rotulando-a como ‘tranqueiras de cabelo de Kate’. Ela desembrulhou seu babyliss e sua chapinha, deslizando-os na gaveta limpa. Olhou para dentro da caixa e suas sobrancelhas franziram ao ver uma pequena bolsa de veludo aninhada contra o papelão. A curiosidade tomou conta dela e ela a abriu, olhando com admiração para a bela presilha que certamente não era dela. Era feito de pérolas, grandes e pequenas, moldadas em um padrão floral que parecia muito caro. Às pressas, ela colocou a presilha de volta na bolsa e a enfiou no bolso do suéter.

Sua mente acelerou enquanto ela tentava descobrir de quem era, e seu estômago revirou com a ideia de que Colton tinha uma presilha de cabelo de uma mulher aleatória em seu banheiro e com o pensamento de que ele daria aquilo para ela. Kate balançou a cabeça e continuou desembalando as coisas.

Se ela quisesse levá-lo à terapia, teria que mostrar a Colton os benefícios; que palavras eram mais vantajosas do que força física.

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