Mimada amada esposa pelo Lourenço romance Capítulo 303

"Por que não acredita em mim?" A voz dela deixa Nicolau ligeiramente atordoado.

Ele a vê apertar os olhos como antes e adormecer profundamente.

O olhar recíproco de poucos instantes atrás desaparece sem deixar vestígios.

O sorriso nos lábios dela também se esvai por completo.

Aquela que, há pouco, sorria para ele, simplesmente não existe, tudo agora foi uma ilusão.

"Por que não acredita em mim?" A Camila adormecida continua murmurando, "Lourenço..."

Nicolau suspira, volta à sua posição repentinamente e fecha os olhos.

Ele acha que só de fechar os olhos e parar de olhar para ela a sua imaginação não vai mais correr solta.

Mas, para sua surpresa, a sua mente é toda tomada pela imagem dela depois de fechar.

O sorriso dela quando está feliz, seu rosto enrugado de tristeza, aquele olhar de confiança e o desamparo de quando está sozinha...

Por que tudo é ela?!

Ele abre a porta do carro com um baque e sai de repente.

De tão agitado, ele tem vontade de fumar, mas então se lembra de que nunca teve esse hábito de fumar.

Nada de cigarro no organismo.

Ainda mais depois de estar com essa garota. Ele não quer mais que a fumaça passe para ela.

Até mesmo no seu carro, sempre mantido tão sóbrio, começam a aparecer coisas sem explicação.

Lanches, bebidas, coisas que ele antes nem tocava.

Inconscientemente, sua vida passou por mudanças que a deixaram de pernas para o ar.

E ele estava alheio a isso tudo!

Ele acabava voluntariamente se tornando babá de uma garotinha!

Isso são coisas que ele Nocolau ia fazer como um herdeiro? É simplesmente inacreditável!

Encostado na porta do carro, ele contempla o mar azul ao longe.

Após um certo tempo, a janela do carro é baixada de repente.

Ele franze o cenho e se vira para a garota no interior do veículo.

Ainda esfregando os olhos, ela olha para ele: "Já achei uma saída. Obrigada por me apresentar com este mar. Vamos voltar para casa."

Voltar para casa!

Essas palavras o atingem em cheio.

Ela considera o apartamento dele como um lar?

Camila não percebe o estranhamento por parte dele. Ela só diz "casa" porque nos últimos dias havia concordado em morar no apartamento.

Para ela, foi uma fala sem qualquer outra intenção.

Mas uma simples "volta para casa" é o bastante para deixar Nicolau apreensivo durante todo o trajeto.

"O que ... Quer comer?" Ele pergunta enquanto dirige.

Mas Camila olha para as calças dele e sente uma certa repulsa: "Tem certeza de que vai sair para jantar comigo vestido desse jeito?"

E, no entanto, a ideia dele tinha sido de muita serventia.

Ela ficava bastante triste, chorava e desabafava.

Mas depois de chorar e contemplar o oceano de dentro do carro, ela percebe que o caminho não seria só um possível.

Ela consegue pensar em alternativas, certamente vai conseguir achar uma saída.

"O que você quer, então? Voltar e trocar de roupa primeiro?" Ele não sabe o que passa pela cabeça dela, mas percebe claramente que ela está muito mais alerta do que antes do cochilo.

"Não quero sair para comer com estes olhos inchados."

"Vamos comprar para levar?" É a única ideia que ele consegue ter.

"Não. Quero comer comida feita em casa." Faz muito tempo que não sei o que é comer comida caseira.

"Então, ótimo. Também quero provar da sua arte culinária." Mais à frente, ele muda a direção e ruma direto para Grupo Gonçalves.

"Não, não. Sou eu que quero comer os seus pratos. Até hoje, nunca comi."

Ela faz uma pausa e declara alegremente: "Hoje à noite, quero experimentar o tempero de Nicolau Gonçalves!"

Ele apenas se sente as vistas escurecerem, as mãos tremerem, e o volante quase escapar ao seu controle.

"Experimentar a comida feita por mim?" Será que ele ouviu direito?

Em mais de 20 anos de existência, quando foi que ele cozinhou?

"Fique tranquilo. Vou ser sua assistente. Não vou deixar você em apuros." Ela dá um sorriso a ele.

"Mas é que eu..."

"Você não concorda nem com um pedido tão simples como este?" Ela faz uma carinha de decepção.

Aos seus olhos, estão como se ele tivesse feito algo ultrajante e imperdoável que a deixou desesperada.

Ela faz beicinho e ele se sente aliviado num instante.

"Não tem jeito mesmo? Nicolau Gonçalves ... Senhor Nicolau ... Nicolau ... Nicolauzinho..."

“……”

"Nicolauzinho..."

"Cale-se!" Que jeito mais bobo de se chamar!

"Pelo visto, você gosta de "Nicolauzinho". Daqui em diante, só vou chamá-lo assim, tudo bem?"

“……”

"Nicolauzinho..."

"Eu cozinho, né?"

……E então, uma hora mais tarde, o grande herdeiro Nicolau Gonçalves veste o avental recém-adquirido.

Mal se distrai e ouve um clique atrás dele. O momento está devidamente eternizado!

"O que você está fazendo?" De repente, ele entra em pânico. Para onde essa moça vai enviar essa foto?

"Não foi divulgada, vou apenas para registrar este momento. Para que o pânico?"

Afinal, é apenas um avental. Será que a imagem de Nicolau usando um avental o deixaria menos aceitável?

"Na verdade, fica muito bonito. Deu uma cara de homem de família. Uma graça!"

Quanto mais Camila olha para a tela do celular, mais satisfeita ela se sente.

"Não, mesmo. Vou ter que fazer um cartaz e pendurar no meu quarto, de tão lindo que ficou!"

"Nem se atreva!" Essa garota é maluca. Ela que invente para ver. Ele corta o pescoço dela!

Camila olha para a faca na mão dele e encolhe a nuca de medo.

"Que fúria toda é essa? Você...quer meter medo nas pessoas?" O rosto dela vai se fechando, e na boca vai surgindo novamente um beicinho.

Nicolau realmente a convence. Sua expressão vem acompanhada do beicinho irresistível.

Está na cara que é fingimento!

"Não vou cortar você, mas posso me cortar, que tal?"

"Também não dá. Não quero comer tocos de dedos."

“……”

Até que não é tão cansativo servir a uma princesa, muito embora ele nunca tivesse servido a uma.

Uma hora mais tarde, há três pratos de carvão na mesa.

Por "carvão", entenda-se alguma forma de alimento irreconhecível para Camila.

"Você não prometeu que hoje teríamos porco assado e costelinha de porco ao molho agridoce?"

Onde está a carne? Onde estão as costelas? E os demais ingredientes?

Camila observa o carvão preto no prato e enruga a testa.

Ela foi só tomar um banho, como acabou saindo isso?

Nicolau está meio sem graça, sem entender o que aconteceu. Um segundo atrás, ainda não estavam cozidos, e em questão de instantes se transformaram nesses pedaços de carvão preto.

Com os palitinhos, ela brinca com os pedaços de carvão. A carne no interior deles ainda está crua, até sangrando.

Que nojo!

Ela experimenta com o outro prato e, por fim, descobre que a ideia ali era servir costela.

Sangue, carvão. Eca...Ela mal consegue segurar o vômito.

O terceiro prato é mais suportável. São verduras, não há sangue escorrendo.

Mas e o besouro?

"Você lavou as verduras?" Ela leva a mão ao estômago, já no limite da tolerância.

"As verduras...vieram na caixa. Já não eram para estar lavadas?"

As verduras no supermercado vêm embaladas em caixas para preservar o frescor. É a primeira vez que ele lida com essa situação. Então, quer dizer que ainda é preciso lavá-las?

"Eu..."

"Eh..."Ela sente uma forte náusea, larga os pauzinhos e corre para o banheiro.

"O que foi? " Nicolau também deixa os seus no prato e a segue.

Antes de mesmo de entrar, ele a ouve vomitando sem parar.

A comida cozinhada por ele é mesmo tão nojenta para ela vomitar desse jeito?

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