O quarto está bem silencioso.
É como se só restassem as batidas do coração saltitante de Vicky.
Ela está ansiosa, excitada, esperando o momento de fazer sexo com Lourenço.
Sua mão continua pressionando, tentando trazer a mão dele para junto do seu corpo.
Mas por que parou? Por que ela não consegue puxá-lo?
Vicky abre os olhos ligeiramente e o encara com um olhar de dúvida: "Lourenço..."
A mão dele está parada rente ao corpo, sem o tocar. Tão perto, mas ela não consegue puxá-la!
Ele a está rejeitando.
Por quê?
Sem a menor expressão no rosto, Lourenço puxa a mão de volta.
Só resta o ar ao toque dos dedos de Vicky.
Ela olha para ele, atordoada, com os olhos se enchendo de lágrima, numa cena de dar dó.
"Lourenço, você prometeu à vovó que iria..."
"O que você quer?" Lourenço se vira, caminha até a prateleira de bebidas e tira uma garrafa de vinho tinto para si mesmo: "Se precisar de qualquer coisa, procure Rui."
Como havia prometido, dentro dos limites do possível e do razoável, ele nunca economizou para dar a ela o que ela queria.
Vicky tem mesmo vivido uma vida idílica à margem dele por todo esse tempo.
Mas o que ela mais quer ele se recusa a entregar: a si mesmo e ao seu coração.
"Lourenço..."
"Está tarde. Volte para lá, por favor." O tom dele é leve, mas não deixa a menor sombra de dúvida.
Ele pega o roupão e entra no banheiro.
Vendo-o fechar a porta do banheiro sem cerimônia, Vicky morde os lábios e vai embora, ofendida.
Ela acabou de sentir a respiração dele se acelerar. Isso não teria acontecido sem ela ali presente.
Mas por que ele simplesmente não a deseja?
Será que ele não quer forçá-la a nada enquanto os dois ainda não ficarem noivos?
Só que ele nunca falou sobre noivado. Quanto tempo ela teria que esperar?
Do lado de fora, Rui bate à porta, e Vicky vai abrir.
Vendo o horário e notando que ela ainda está no quarto de Lourenço, ele fica meio sem graça, até dizer: "Srta. Gu, a passagem está reservada."
Não há sinal do jovem senhor na sala, e do banheiro chega o barulho de água. É claro que ele está tomando banho.
Essa mulher que passa a noite em claro quer fisgar o jovem senhor! Isso não acaba.
O rosto de Rui adquire uma expressão séria: "Srta. Gu, está muito tarde. Sr. Lourenço precisa descansar. Por favor, volte ao seu quarto e não o atrapalhe."
Ele fica parado encarando-a na porta da sala, dando a entender que não arreda pé enquanto ela também não for embora.
Vicky tem vontade de cortá-lo em pedacinhos!
Esse Rui tem problemas. Camila já se foi há tanto tempo, e ele continua tomando partido dela. Que loucura!
Ele acha que ainda há chance de ela voltar?
Não há a mínima chance! Ele se recusa a encarar a realidade!
"Mais cedo ou mais tarde, este quarto também vai ser meu." Ela sai arquejando do quarto de Lourenço,
de queixo erguido, de cabeça erguida, orgulhosa como uma pavoa.
Rui não está nem um pouco zangado, ele até deixa escapar um sorriso espremido pelos lábios nas costas dela.
"Já que a Srta. Gu goste tanto do quarto do Sr. Lourenço, vou comentar com ele e pedir que ele aceite trocar de quarto."
"Você..."Ela se vira de repente, encarando-o.
Ela quer acabar com ele! Ainda mais com aquele sorriso no rosto.
Mas ainda não é a hora.
O desgraçado ocupa uma posição muito importante ao lado de Lourenço. Por mais que ela tentasse pequenos truques para incriminá-lo, Lourenço jamais duvidaria da honestidade dele.
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