No velório da Eugênia.
Como ninguém mais na Família Mu vai se ocupar desse assunto, ela é enterrada no belo mausoléu na condição de matriarca de família Mu.
Mas aos olhos de Camila, por mais bela que seja a paisagem, só o que resta é um túmulo solitário.
Ela observa Manoel no dia do funeral da Eugênia.
Em apenas dois dias, o segundo filho da Família Mu emagreceu um manequim.
Embora esteja um pouco mais sereno, ele continua muito abatido.
Ele sabe que o pai, com uma família tão grande, não estará sozinho.
O seu pai tem lá fora, ou mesmo no próprio lar, outras famílias com outros filhos.
Mas, para Manoel, a mãe era sua única parente.
Ter ou não o pai não faz a menor diferença.
Como não se desesperar agora que ela se foi?
Olhando para aquela figura deprimida não muito longe, Camila se lembra de como Eugênia estava antes de morrer.
"Por favor...você cuida de meu filho por acaso. Por favor."
A voz dela parece reverberar em seus ouvidos.
O calor em seu coração quase faz as lágrimas rolarem.
Nada é mais doloroso do que ver alguém se despedir de um familiar para todo o sempre.
Quando chega a vez de eles queimarem o incenso, Camila segue atrás de Lourenço.
Ela nem sabe muito bem se tem prestígio para queimar incenso no adeus da matriarca da Família Mu.
Mas Lourenço sabia que ela queria estar lá, e então pediu que ela viesse.
Desta vez, ele não criou dificuldades.
"Senhor Manoel." Ela caminha até Manoel e nota seus olhos vermelhos e inchados por trás dos óculos de sol.
"Meus sentimentos."
Com a vez meio rouca, ela não sabe o que dizer para confortar o rapaz.
Manoel olha para ela com os lábios finos tremendo, mas não diz nada.
Mordendo os lábios, ela por fim diz: "A Sra. Mu...Antes de ir, pediu para que você se cuidasse."
Ele continua sem dizer nada, apenas fitando-a atentamente.
Quando Camila se prepara para se virar e ir embora, ele pergunta com a voz fragilizada: "Já que ela não tinha medo de que a situação fosse exposta, por que ainda cometeu suicídio?"
Camila fica rígida.
Ela realmente não tem como responder a essa pergunta.
Nem ela mesma consegue explicar.
Virando-se para Manoel, ela não sabe por onde começar ou o que dizer.
Finalmente, ela diz com a voz suave: "Não importa o que aconteça, você é a única preocupação dela nesta vida. Fique bem, nem que seja só por ela."
"O que mais ela falou consigo?"
Camila balança a cabeça. Na verdade, Eugênia não disse nada.
Manoel observa o rosto pálido dela com o olhar visivelmente abatido.
A sua mente ainda guarda muitas questões, muita coisa que ele não entende.
E então Rui a "pede" para sair dali.
"Tinha tanta coisa assim para dizer a ele?" Lourenço tem o olhar profundo.
"Só quis ajudá-lo a seguir em frente." Camila baixa a cabeça e volta a ficar atrás dele.
"Você diz isso a ele com que papel?"
Ele ironiza: "O papel de quem matou a mãe dele, ou da mulher que ele ama?"
Ela sente o coração estremecer.
As palavras de Lourenço são mordazes e sem reservas.
É a última vez que Camila encontra Manoel.
Ainda que vivam na mesma casa, suas vidas estão completamente separadas em alas diferentes.
Mesmo quando há jantares em família, Lourenço vem, mas não a convida.
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