Mimada amada esposa pelo Lourenço romance Capítulo 380

"Não faça isso! Assim, não! Não mesmo! "

Camila se senta de uma vez, com o suor escorrendo pela testa.

Um rosto frio está em seu campo de visão.

Ela não consegue distingui-lo. O que permanece em sua mente é aquele rosto negro que tomou o veneno.

E os olhos proeminentes, opacos, sem vida.

"O que..."

Ela gira o corpo com tanto medo que quer fugir.

"Não fique se movimentando." Lourenço segura os ombros dela com ambas as mãos, deslizando-as para baixo e trazendo para trás a mão suspensa onde há o acesso para aplicação de soro.

"Assim, não! Não, e não! Não faça isso!"

Camila luta para se libertar, mas ele já a havia abraçado com força.

Se ela continuar a se mexer, vai se machucar.

Ela nem saber quem a está segurando. A única coisa que ela sabe é que Eugênia vai morrer!

Não, não. Ela já está morta. Seus olhos a estão encarando.

"Não pode ser. Não pode ser! Eh..."

De súbito, ela abaixa a cabeça e morde o braço do homem à sua frente.

Ela só quer que ele a deixe em paz.

Mas ele não a solta. Mesmo mordido, mesmo que comece a sangrar, ele não vai liberá-la.

O gosto de sangue logo invade a boca de Camila.

Um gosto adocicado parece estar entre seus lábios e dentes.

Ela se assusta e abre a boca lentamente.

Ao erguer a cabeça, os olhos assustadores já se foram.

Em seu lugar, está o rosto frio, mas sereno de Lourenço, com um toque de gentileza raramente observado.

Sem saber o que pensar direito, ela vê esse rosto e esquece da vida. Apenas abraça o seu pescoço.

Está bem assustada.

A expressão dele é a de um messias enviado dos Céus.

Não, é o salvador de Camila.

Mesmo depois de tanto sofrimento e perigo, a pessoa que ela mais quer ver ainda é ele.

"Lourenço."

Ele não diz nada. Apenas a segura em seus braços gentilmente.

O sangue escorre por sobre as marcas de dentes em seu braço, mas ele nem faz careta.

Essa dor profunda serve para lembrá-lo de que o que está à sua frente é real.

Ela está assustada, amedrontada, e sua iniciativa é buscar a proteção dele.

Ela reagiu abraçando-o...

Esse abraço mexe com ele, em algum recôndito de seu coração. É um sentimento involuntário.

Ele deveria afastá-la e avisá-la, com frieza, que não o tocasse.

Mas desta vez é incapaz de dizer a menor palavra de rejeição.

Algum tempo depois, Camila parece ter se recobrado do pesadelo.

Em seus lábios ainda há o gosto de sangue.

Ela pisca com rapidez e custa a se lembrar de onde veio o gosto.

Empurra-o abruptamente, e vê o vermelho no braço dele.

"Desculpe, Sr. Lourenço. Não fiz de propósito."

Ela está confusa. Não imaginava que fosse mordê-lo assim.

Lourenço só reparou no modo como ela o chamou.

Ainda há pouco, ela o havia chamado apenas pelo nome. Agora, voltou a ser o Sr. Lourenço.

A gentileza em seus olhos se esvai.

"A coisa que você me machucou vai ficar no futuro."

Ele se levanta da beira da cama, anda pela lateral, dá uma olhada para o ferimento no braço e então o ignora.

Camila fica agitada: "Senhor Lourenço, quer que eu chame Daniel para tratar o ferimento?"

Será que uma mordida dessa não precisa de uma injeção?

"É demais!" Lourenço está visivelmente aborrecido.

Camila ainda sente uma confusão interior. Sentada na cama, ela abraça os joelhos e tenta não prestar muita atenção na situação.

Melancólica, ela observa a esquina desconhecida à sua frente e pergunta em voz baixa:" A Sra. Eugênia...morreu?"

Ele responde com outra pergunta: "O que aconteceu com vocês na caverna? O que houve ontem?"

Então isso tudo aconteceu ontem.

Ela gira a cabeça e observa a paisagem através da janela que vai até o chão.

O sol brilha, é um novo dia.

Ela se foi. Mas quantas tempestades ainda podem assolar na Família Mu?

"Ela me arrastou para Casa Guarantã da Dona Luísa e me implorou para parar você cavar no lago."

"Você acha que seria capaz de mudar minha decisão?" Lourenço arqueja com frieza.

Mas, sem entender por quê, sentiu-se um pouco ingênuo depois de dizer isso.

Será que se ela implorasse, não seria capaz de mudar a decisão dele?

Talvez.

Camila não dá a mínima para a ironia dele.

Depois desses dias de convívio, ela já se acostumou a essa maneira de ele se comunicar.

Como ele ainda está aborrecido, tenta descontar nela.

Na verdade, ela até gosta desse jeito um tanto ingênuo e infantil de desabafar.

Até porque esse Lourenço infantil é bem mais autêntico.

Mesmo com raiva, ele era bem ingênuo.

"Que cara é essa?" Ele fica um pouco chateado. Ela está rindo dele?

Camila olha para ele e apenas balança a cabeça.

"Não estou nada expressiva. Apenas um vazio no peito."

Ela realmente se sente perdida, o rosto sem expressão.

E é exatamente esse olhar vago que deixa Lourenço ainda mais irritado.

Ela o ignora, e diz sem entusiasmo: "Não concordei com o que a Sra. Eugênia queria fazer. Brigamos, bati no canto da mesa sem querer e desmaiei."

"Quando recobrei a consciência, já estava na ilha, e a vi escrevendo a carta de suicídio."

"Ela confessou tudo. A vovó foi a causa e o motor de seus males", ele explica.

Camila está chocada: "Ela...contou porque fez mal à vovó?"

Lourenço não entende a surpresa dela, e acena a cabeça com indiferença.

"No entanto, a Família Mu não quer dar continuidade a esse assunto. Também não vamos procurar saber quem é o homem."

"Ela realmente...admitiu ter outro homem na carta de suicídio?"

Isso foi muito além do que Camila havia imaginado.

Tudo bem que Eugênia admitiu que matou a Dona Luísa, mas por que revelar essas outras informações?

Ela imaginou que Eugênia teria cometido suicídio para não ter seus assuntos particulares expostos.

Mas ela mesma explicou tudo!

Já que estava disposta a abrir o jogo, então por que o suicídio?

É para não ter que enfrentar tudo isso em vida?

Mas por que a situação toda ainda parece tão estranha?

A porta batida, e Daniel chega com um frasco de soro.

"Srta. Camila, é hora de trocar o soro."

Ele pendura o frasco ao lado da cama e olha para ela.

Camila sacode a cabeça: "Já estou melhor. Não quero ficar no soro de novo."

Daniel olha para Lourenço, que não diz nada.

Só resta ao médico dizer: "Então tudo bem eu examino-a agora?"

"É melhor você..."Ela olha para Lourenço e aperta os lábios: "Cuide primeiro do machucado do Sr. Lourenço. Eu acabei..."

Ela baixa os olhos, sem entender porque Lourenço não a empurrou.

Bastaria ele tê-la empurrada, e uma ferida dessas jamais apareceria.

"Eu acabei de morder o Sr. Lourenço."

Só então Daniel percebe o ferimento no braço dele.

Não é qualquer um que consegue morder Lourenço Mu desse jeito.

Não importa o que diga, que ela é apenas um joguete na cama. Isso é apenas autoengano.

Daniel deixa o sorriso de lado e diz em tom sério: "Senhor, é melhor eu cuidar do ferimento primeiro."

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