Mimo Extremo: A História Desenvolvendo a Esposa romance Capítulo 23

Sílvia, ao perceber que Almira permanecia em silêncio, subitamente se deu conta de uma questão: "Você por acaso não tem carteira de motorista? Isso pode ser um problema."

Sem poder dirigir por conta própria, restava apenas a opção de alguém levá-la até a parada de ônibus mais próxima.

"Tenho claro, posso dirigir sim, obrigada, mãe!"

Almira, com educação, fez uma reverência de noventa graus para Sílvia.

Sílvia sorriu: "Por que você não me contou o que pensava antes? Não se preocupe com isso no futuro. Se você tiver alguma opinião, é só me dizer."

Inicialmente, a ideia de ter alguém para levá-la era para evitar que Almira, ainda jovem, enfrentasse situações que não pudesse resolver sozinha. Victor, o motorista, sabia se defender, o que deixava Sílvia mais tranquila.

Mas, vendo que Almira não gostava, não insistiria.

Ao ver que Sílvia realmente providenciou um carro para ela na garagem, o sorriso de Almira ficou ainda mais largo.

O modo como ela chamava Sílvia de 'mãe' a emocionava profundamente.

"Sua mãe é realmente incrível, mas eu decidi que de agora em diante ela também será minha mãe. Legal, né?"

Com o carro dado por Sílvia, Almira começou a se gabar no quarto, sentando-se na cama e apontando para Eliano, que mal conseguia abrir os olhos.

"Você não faz ideia de como sofri depois de casar com você, na escola eles diziam que eu fui bancada por um rico... Tudo bem, mesmo que você também seja um bilionário, sou sua esposa legal, não é justo falar como se eu fosse uma mantida."

"Se você, como meu marido, não me dá o que preciso, claro que vou pedir à sua mãe."

"Ah, falando sério, sua família Carvalho é muito boa, exceto pelo Nivaldo, que é realmente nojento, seu avô e sua mãe foram muito bons comigo."

Almira, apoiando o queixo na mão e segurando uma toalha, sentou-se na cama, passando-a despretensiosamente sobre o corpo meio despido de Eliano.

"Você... até que é bom para mim, mas se continuar dormindo assim sem acordar, ficarei ainda mais feliz."

Pensando nos dias 'felizes' de viuvez que a aguardavam, Almira não pôde evitar soltar uma risada.

Se dizer que não, eles tinham uma certidão; se dizer que sim, faltava-lhes a intimidade comum entre casais.

Segurar as mãos, beijar, até mesmo deveres conjugais... nada disso tinha acontecido.

Almira, ao casar-se com ele, sentia-se aliviada por Eliano ser alguém incapaz de fazer qualquer coisa, como um vegetal.

Mas... ocasionalmente, ela ainda nutria uma pequena esperança.

Uma esperança de amor? Seu amor já havia se evaporado com a falência do Grupo Coelho.

"Eliano, e se eu te beijar?"

Ela perguntou, corando, sentindo-se embaraçada por suas próprias palavras. Felizmente, ao seu lado havia alguém incapaz de reagir, o que a fez ganhar coragem novamente.

"Eu te beijo, você finge que não sabe de nada e continua dormindo, pode ser?"