Mimo Extremo: A História Desenvolvendo a Esposa romance Capítulo 26

"Eu ouvi dizer que o dono daquela pequena empresa, já com mais de quarenta anos, queria um filho. E se você não conseguir dar um a ele, o que fará?"

A voz de Almira era baixa, mas alta o suficiente para que todos pudessem ouvir.

Júlia, segurando o riso, puxou Almira pelo braço e perguntou: "Ele tem mesmo quarenta anos?"

"Ele provavelmente é ainda mais velho que seu pai. A esposa dele já deu à luz quatro meninas, ele é obcecado por ter um filho."

"Imagine só, ter mais filhos com ele, e mesmo assim seriam filhos fora do casamento."

Almira vinha de uma família nobre; para eles, um pequeno corretor da bolsa como aquele mal valia a pena ser mencionado. E quanto aos rumores, bem, eles nunca foram segredo entre os círculos mais altos.

"É apenas um carro velho. Quando o patrocinador se cansar, você não terá nada, será uma vergonha."

"Você está falando de si mesma, não é? Se não puder dar um filho a ele, você realmente não terá nada."

O olhar de Almira percorreu a mulher de cima a baixo, fixou-se no colar de diamantes que ela fazia questão de exibir e sorriu ironicamente.

"Almira, você já não é mais aquela princesinha rica de antes. Pensa que é muito melhor do que eu? No final, somos todas iguais. Vamos ver quem será a última a rir."

A mulher lançou suas palavras com ferocidade e, girando nos calcanhares, saiu com seu grupo de seguidoras.

Almira observou a mulher se afastar, percebendo de repente um reflexo de si mesma naquela figura.

"Que ridículo, falar sobre a vaidade de outras pessoas enquanto exibe a sua própria, Almira..."

"Ela tem razão, no fundo não somos tão diferentes assim."

Quando irritada, ela podia descontar em Eliano à vontade, sem que ele jamais reagisse.

Depois de uma ducha refrescante, Almira, vestindo algo leve, deitou-se na cama com um livro nas mãos, balançando as longas pernas no ar, e olhou para Eliano ao seu lado: "Hoje eu vou ler ‘A noiva do presidente’ para você!"

"Você gosta de romances com CEOs dominadores, não é? Eles são muito bons. Vou ler para você, você vai adorar".

Todos os dias, sob a supervisão de Sílvia, Almira lia notícias para Eliano, uma tortura mental diante de dados desconexos e textos complicados.

Somente à noite, com a porta fechada, o casal tinha liberdade; ela podia ler o que quisesse, e ele tinha de ouvir, querendo ou não.

Logo, a voz clara e melodiosa de Almira encheu o quarto, seguindo o ritmo da trama e as mudanças de personagem, ecoando suavemente como a brisa da noite que acaricia os salgueiros, envolvente e cativante.