Minha Esposa Muda romance Capítulo 100

Flavia roía um biscoito endurecido, bebendo o resto da sopa que havia sobrado, enquanto se preparava para continuar a lavar pratos mais tarde.

Após terminar a última mordida do biscoito, ela se levantou e voltou à cozinha para lavar os pratos restantes.

Algumas funcionárias a olharam de relance e começaram a cochichar baixinho, "Aquela nova, parece que é muda."

"Como você sabe?"

"Foi o que a Gisele me disse."

"Ei, dizem que geralmente quem é mudo também não consegue ouvir, será que é verdade?"

"Será mesmo? Só por ser muda, não significa isso, eu ouvi dizer que só não falam se não conseguirem ouvir."

"Vamos testar."

...

Depois de limpar a última cesta de pratos e colocá-la no armário de desinfecção, Flavia se virou e viu duas funcionárias se aproximando.

"Ei, você consegue nos ouvir falando?"

"Você é surda-muda?"

As duas olhavam para Flavia com curiosidade, pois apenas estavam intrigadas, nunca tendo encontrado alguém assim antes e não achavam que suas palavras pudessem ser ofensivas.

Flavia apenas as observava em silêncio, sem fazer nenhum movimento.

"Então, ela realmente não pode ouvir."

"Que pena."

Flavia detestava olhares como aqueles, cheios de simpatia e piedade, que constantemente a lembravam de que ela era uma pessoa com deficiência.

Ela passou por elas e foi para a sala de descanso, onde poderia tirar uma soneca.

Ela estava verdadeiramente exausta, tão cansada que mal tinha forças para levantar os braços.

Depois de dormir apenas duas horas, ela teve que começar a trabalhar novamente às cinco da manhã, e o turno iria até as onze da noite.

Ao longo do dia, seus dedos quase se descascaram, e seus braços estavam doloridos.

"Flavia, é você mesmo?." Após dizer isso, Marcelo saiu do carro, olhando ao redor, "Você está aqui para jantar?"

Flavia balançou a cabeça, sinalizando: Estou trabalhando aqui.

Marcelo pareceu surpreso, "Trabalhando?"

Flavia assentiu, confirmando que ele havia entendido corretamente.

"Thales veio te buscar?"

Ela balançou a cabeça novamente.

"Quer que eu te leve para casa?"

Flavia mordeu o lábio, olhando para ele por um momento, de repente lembrando-se das palavras de Thales, ela começou a hesitar.

Marcelo sorriu levemente, "Entre no carro, eu te levo."

Assim que ele terminou de falar, outro carro se aproximou, parando diante deles.