Minha Esposa Muda romance Capítulo 1022

Dr. Soares concentrou toda a sua atenção para não começar a tremer.

A aura hostil emanava de todo o seu ser, e a proximidade entre eles era como se houvesse uma espada pendurada acima da cabeça, prestes a cair a qualquer momento, fazendo com que o frio percorresse seu pescoço.

Ele costurou os ferimentos de Thales, aplicou o medicamento e envolveu-os com bandagens no menor tempo possível.

"Pronto, Sr. Duarte."

Thales agarrou sua camisa, vestiu-a e saiu caminhando. Observando sua postura ereta, era difícil dizer que ele havia acabado de ser suturado.

Dr. Soares pensou que, para alguém que era tão duro consigo mesmo, certamente não teria misericórdia com os outros.

Portanto, ele sabia que precisava pensar em como fugir.

No dia seguinte, Flavia abriu os olhos e viu um grupo de estrangeiros em pé diante dela, vestidos como médicos.

Eles discutiam algo em voz baixa, mas Flavia, sentindo-se tonta e sem disposição para escutar, não conseguia entender.

Ela fechou os olhos novamente, deixando-os fazer o que quisessem, pois essa já era a terceira onda de visitantes.

No dia anterior, Bianca havia lhe contado que Thales havia anunciado uma recompensa mundialmente, através da internet, prometendo dois bilhões de reais para quem conseguisse curá-la.

Inicialmente, era um bilhão, mas agora havia aumentado para dois bilhões. Ela se perguntava se ele continuaria aumentando a oferta.

Apesar de isso poder atrair alguém com habilidades reais, também trazia o risco de atrair aproveitadores.

O barulho que esse grupo fazia ao redor de sua cama só intensificava sua dor de cabeça.

Thales também estava lá, sentado em um sofá, vestido de preto, observando-os discutir com um olhar frio.

Lucas, ao seu lado, sussurrou: "Presidente Duarte, esse grupo diz ter uma medicação especial. Devemos realmente considerar usá-la na senhora? Não queremos que a medicação seja misturada de forma imprudente..."

"Eles foram verificados?"

"Sim, suas identidades e qualificações parecem estar em ordem."

Thales não falou mais, fixando o olhar no rosto contraído de Flavia, antes de dizer repentinamente: "Mandem-nos embora."

Thales a apoiou imediatamente em seu peito, acariciando suas costas.

Flavia lutava para respirar, como se suas vias aéreas estivessem bloqueadas, semelhante à sensação de afogamento que havia experimentado antes.

"Ricardo!"

Dr. Soares estava à porta e, ao ouvir o grito, correu para dentro.

Ao ver o rosto vermelho de Flavia, ele também se assustou, retirou uma agulha de prata de sua caixa, levantou a manga de Flavia e inseriu a agulha na parte interna de seu antebraço.

Em menos de dois segundos, uma corrente de ar turbulenta subiu pela garganta.

"Puff—"

Uma grande quantidade de sangue fresco espirrou em Thales, o sangue quente escorrendo lentamente pelo seu pescoço e se infiltrando na gola da camisa.

Seu queixo e rosto ficaram salpicados com gotas de sangue.