Minha Esposa Muda romance Capítulo 1059

Thales desviou o olhar, caminhou despreocupadamente até a janela e olhou para baixo através do vidro panorâmico.

Ele tirou um caderno do bolso, passando os dedos sobre as fissuras da capa, que ele havia colado uma a uma.

"Já desperdicei tempo demais."

Lucas viu o caderno e suspirou. Há muito ele percebera que o coração de Thales não estava mais na empresa, muito menos em São Siena.

A razão pela qual ele ainda não havia partido era porque tinha assuntos inacabados.

Dona Duarte e seu círculo acreditavam que Thales não havia tomado nenhuma atitude durante o último ano por ainda nutrir algum carinho materno. Pensar assim apenas mostrava o quanto ela não conhecia seu próprio filho.

Ela quase destruiu a vida inteira de Thales. Como ele poderia simplesmente perdoá-la, sendo ela a principal culpada?

Quando Rosana recebeu os documentos, a primeira pessoa que procurou não foi um advogado, mas sim Dona Duarte.

Dona Duarte, ao ver o contrato de transferência, não pensou em passar a empresa para Rosana.

Ela aconselhou delicadamente: "Rosana, você nunca gerenciou uma empresa, você realmente quer aceitar essas ações?"

Rosana respondeu despreocupadamente: "Se não sei, posso aprender. Quem nasce sabendo gerenciar uma empresa? Mãe, você não me apoia?"

Dona Duarte forçou um sorriso. "Como não apoiaria? Eu só estou preocupada. Você acabou de se recuperar e vai pegar um trabalho tão difícil. Como seu corpo vai aguentar?"

"Depois que Thales assumiu a empresa, ele passava os dias saindo cedo e voltando tarde, às vezes até dormindo no escritório. Você pode imaginar, gerenciar uma empresa não é tão simples."

Rosana hesitou por um momento, "Então, o que você sugere?"

Dona Duarte disse: "Você é uma moça, e moças devem ficar bonitas e desfrutar da vida em casa, não são adequadas para gerenciar empresas."

Ela rodeou o assunto sem chegar ao ponto, fazendo Rosana perguntar novamente, "Então, você está dizendo que eu deveria desistir das ações?"

"Como assim desistir? Claro que deve aceitá-las. Se ele não casou com você, a empresa naturalmente não pode cair nas mãos dele."

Ela realmente sabia fazer seus cálculos. Já de idade avançada, essas ações não seriam de grande utilidade para ela. Distribuindo-as, pelo menos uma de suas filhas cuidaria dela na velhice.

Para os outros, ela pelo menos pareceria justa e ainda ganharia uma boa reputação.

Embora Rosana estivesse relutante, a distribuição proposta por Dona Duarte não deixava espaço para objeções. Além disso, como as ações ainda não estavam em suas mãos, ela não podia se desentender com Dona Duarte.

Depois de pensar, ela disse: "Tudo bem, mas eu tenho uma condição."

"Qual condição? Diga, se eu puder fazer, farei."

Rosana disse: "Quero que você faça uma coletiva de imprensa e admita publicamente que sou sua filha."

Dona Duarte suspirou aliviada. "Isso? Pode deixar, vou organizar agora mesmo."

De qualquer forma, era hora de dar a Rosana o reconhecimento que ela merecia.