Minha Esposa Muda romance Capítulo 1139

Ele pareceu ter muita dificuldade para fazer essas duas perguntas, adotando claramente uma atitude conciliatória.

Flavia mordeu o lábio, apertando os dedos onde ele não podia ver.

"Sim."

Flavia fechou os olhos, desabafando de uma só vez, "Eu já disse muitas vezes, você sempre pensa que estou mentindo."

Sua atitude firme trouxe de volta o silêncio, negando completamente o pedido do homem.

Ele deu um passo adiante e a abraçou por trás.

Flavia ficou ligeiramente tensa, tentando se soltar, mas ele a segurou firmemente.

Ele sussurrou em seu rosto, como costumavam fazer antes, em uma intimidade de amantes, dizendo: "Tudo bem, já que esse é o seu desejo, eu concordo."

Sua voz era suave, mas as palavras pesaram no coração de Flavia.

Até que Flavia, tensa, esqueceu-se de se mexer.

Seu olhar fixou-se no horizonte, incapaz de descrever seus sentimentos naquele momento.

Como se o espinho em seu coração tivesse sido subitamente arrancado, deixando um vazio.

Indecisa entre alívio e solidão.

O riso baixo dele ecoou em seu ouvido, "Veja, você realmente me detesta, depois de todo esse tempo, só agora você me permite abraçá-la assim."

Flavia ficou em silêncio, com os olhos ardendo, temendo que sua voz trêmula revelasse sua emoção.

Esse clima calmo era, paradoxalmente, mais próximo da despedida do que qualquer outra explosão de emoção anterior.

A verdadeira separação é mais perceptível na calma, pois é uma decisão tomada após profunda reflexão.

Momentos depois, Thales a soltou.

"Vivi, eu desaparecerei da sua vida como você deseja, para que você não tenha mais que se preocupar. Espero que, longe de mim, você possa ser verdadeiramente feliz e viver a vida que deseja."

Flavia permaneceu de costas para ele, agradecida pela escuridão que escondia a miséria de ambos.

Ela mal conseguia se manter de pé, apoiando-se no parapeito da varanda.

Apesar de terem se visto anos atrás, Paulo ainda se lembrava de sua aparência severa, cada gesto carregado de uma autoridade invisível.

Mas agora, essa imposição parecia ter desaparecido de seu semblante, restando apenas o desalento e o desespero.

Nesse curto espaço de tempo, Paulo não sabia que tipo de golpe ele havia sofrido e não ousava perguntar.

"Presidente Duarte, para onde vamos?"

"Para onde você quiser." Ele se reclinou no assento, fechando os olhos cansados.

Paulo pensou em levá-lo ao hotel, mas sentiu que isso só o deixaria pior.

Depois de pensar um pouco, disse, "Então vamos beber, você disse que veio aqui e eu ainda não tive a chance de recebê-lo como deve ser."

Thales não respondeu.

Paulo tomou seu silêncio como consentimento e dirigiu até o clube mais luxuoso.

Pediu uma variedade de bebidas para ele, mas hesitou em chamar companhia feminina.