Minha Esposa Muda romance Capítulo 1156

À noite, Bianca esgueirava-se à porta, correndo para lá e para cá várias vezes, enquanto Flavia sentava-se no chão, observando-a nervosamente, temendo que ela simplesmente saísse correndo.

Bianca suspirou, voltou caminhando até Flavia e sentou-se ao lado dela com um suspiro.

"Essas pessoas são incríveis, nos observando em turnos, estão assim tão preocupadas que nós possamos fugir?"

Flavia mordia o lábio, também muito ansiosa. A chance de escaparem era praticamente nula. Se continuassem ali, Thales chegaria, não?

Ela se assustou com seus próprios pensamentos.

Não sabia quando passou a ter tanta certeza de que ele viria.

Talvez fosse porque ele havia ido sozinho até o Mirante das Orquídeas, enfrentando várias tentativas de Marcelo de capturá-lo sem nunca desistir, ou talvez porque ele já tinha pulado de penhascos com ela e se colocado em perigo para protegê-la várias vezes.

Isso a fazia sentir, instintivamente, que ele apareceria em momentos de perigo.

Não se pode negar que ele a machucou antes, mas também não se pode negar que ele arriscou sua vida por ela inúmeras vezes.

Flavia baixou a cabeça, olhando para o chão sujo, desejando, naquele momento, que ele não fosse tão implacável.

As coisas do passado poderiam ser canceladas uma pela outra, mas desta vez, com o que ela poderia compensar?

Bianca virou a cabeça para olhá-la, percebendo sua indecisão e estendeu a mão para dar um tapinha em seu ombro, "Pronto, não pense demais. Enquanto estivermos vivas, sempre haverá uma chance de sairmos daqui."

"Bianca..." Flavia levantou a cabeça, olhando para ela sem saber o que fazer, "E se, por acaso, Thales realmente vier?"

Bianca hesitou, sem saber bem o que dizer naquele momento.

Ela só pôde confortar, "Por que você está pensando tanto nisso? Se não fosse por ele, não estaríamos nesta situação. Você deveria se preocupar consigo mesma, por que se preocupar com ele?"

Flavia ficou em silêncio. Se tivesse que apontar um culpado, de fato, tudo começou por causa de Thales.

Assim que desembarcaram, ele sentiu como se estivessem sendo vigiados, o que não lhe dava nenhuma sensação de segurança.

Chegando ao banheiro, Otávio pensou que Thales tivesse algum plano, mas ele apenas apanhou um isqueiro e acendeu um cigarro.

Otávio forçou um sorriso, "senhor, o que faremos agora?"

"Esperar."

"Esperar o quê?"

Thales não lhe deu mais atenção, concentrando-se em fumar, parecendo que precisava disso após o voo.

Mas após algumas tragadas, ele começou a tossir, seja por ter sido afetado pela fumaça ou por algum problema de saúde.

Otávio, hesitante, sugeriu, "senhor, talvez seja melhor não fumar."