Minha Esposa Muda romance Capítulo 1197

Em duas ocasiões, ainda a caminho da escola, por estar com o cabelo em desalinho, foi ridicularizada pelas outras crianças.

Quando Flavia ainda estava atônita, Thales já havia ido até o mato para recolher o pássaro, e na frente dela, começou a prepará-lo.

Flavia voltou a si e viu que as penas do pássaro haviam sido todas retiradas, e já não conseguia identificar de que espécie era.

"Que pássaro é esse?"

"Parece ser um gavião-de-cauda-curta, não tenho certeza, contanto que tenha carne está bom." Ele rapidamente limpou o pássaro, espetou-o em um galho e colocou sobre o fogo para assar.

Então, tirou um pequeno pote de sal do bolso e o salpicou sobre o pássaro.

Flavia ficou com uma interrogação na cabeça, olhou estranhamente para o bolso da calça do homem, que de fato era grande. Elásticos tudo bem, mas ter sal já era demais, não?

"O que mais você tem nesse bolso?"

"Tem muita coisa, quer ver?"

"..."

Flavia, sabendo o que era melhor, calou-se. Por mais curiosa que estivesse, ela sentia que não seria apropriado revistar seus bolsos.

Depois de um tempo, Thales verificou a carne, viu que estava quase pronta e passou o pássaro para Flavia, "Coma."

"E você?"

"Se você estiver satisfeita, eu também estarei."

Flavia franziu a testa, estava prestes a dizer para ele não fazer papel de forte, quando ouviu ele dizer, "Afinal, o amor sacia a fome."

"..."

Não sabia por que, mas ouvindo ele falar, Flavia sentia uma vontade irresistível de jogar o que tinha na mão em seu rosto.

Ela respirou fundo, tentando se acalmar, dividiu o pássaro ao meio, não importando se ele queria ou não, e colocou na mão dele.

Thales disse, "Parece que você ainda se preocupa comigo."

Flavia o ignorou, focando-se em comer a carne do pássaro, que estava seca e não muito saborosa, com um cheiro forte.

Depois disso, Flavia percebeu que as coxas de frango que ela antes desprezava eram, de fato, as mais deliciosas.

Ela suportou o desconforto e terminou de comer metade do pássaro.

Ao vê-lo despedaçar a carne do pássaro e espalhar na água, ela ficou observando em silêncio.

Flavia duvidava, aquela água não parecia ser boa, mesmo que houvesse peixes, seriam comestíveis?

Thales ficou agachado à beira da água por uns dez minutos sem se mexer, Flavia já pensava que não haveria peixes.

Mas então, de repente, ele enfiou a faca na água.

Flavia arregalou os olhos mais uma vez.

Um momento depois, viu-o voltar com um peixe, e naquele momento, Flavia já não sabia mais o que dizer.

Ele preparou o peixe e o colocou no fogo para assar, "Parece que a qualidade da água aqui não é tão ruim."

O jeito tranquilo dele assando o peixe dava a Flavia a sensação de que eles não estavam lutando pela sobrevivência, mas sim de férias ao ar livre.

Se não fosse pelos animais selvagens que viram ontem e pelas cobras de mais cedo.

"Quer comer?" Thales ofereceu o peixe para ela.