Minha Esposa Muda romance Capítulo 150

Flavia estava completamente atordoada, não conseguia ouvir claramente o que ele dizia e, por fim, perdeu todas as forças, parando de se debater em suas mãos gradualmente.

Marcelo afastou a tigela, e o ar invadiu novamente suas narinas, trazendo consigo os grãos de arroz que foram aspirados para dentro de sua traqueia.

Ela ficou com o rosto vermelho de tanto segurar a respiração, prostrada no chão, tossindo com uma voz rouca.

Ao tossir os grãos de arroz, misturados com saliva, escorreram de sua boca.

Marcelo a observava fixamente, sem desviar o olhar.

Embora desgrenhada, quanto mais desalinhada e miserável ela parecia, mais ele sentia vontade de vê-la ainda mais nesse estado.

Após tossir os grãos de arroz, ela respirava com a boca levemente aberta, enquanto a saliva ainda escorria pelo canto da boca.

Flavia olhava para Marcelo com os olhos marejados, seus lábios se moviam sem emitir som, mas Marcelo conseguia entender o que ela tentava dizer.

Ela disse: "Mate-me, por favor."

Marcelo sorriu levemente, erguendo a mão para arrumar os cabelos bagunçados de Flavia: "Você esqueceu? Eu acabei de dizer que você não pode morrer."

Dizendo isso, ele aproximou a tigela de sua boca novamente: "Coma."

Flavia instintivamente fechou a boca e desviou a cabeça da tigela.

Marcelo disse: "Se você morrer, sua querida amiga também morrerá. Pense bem."

Flavia ficou momentaneamente atônita, sem entender as palavras de Marcelo.

Enquanto falava, Marcelo pegou o controle remoto ao lado da cama e ligou a TV na parede.

Na tela, uma pessoa estava amarrada a um pilar, com os olhos vendados e a boca selada com fita adesiva, se debatendo de vez em quando.

Era Bianca!

Flavia olhou repentinamente para Marcelo.

Marcelo disse: "Você não estava curiosa sobre como veio parar aqui?"

"Foi ela que te trouxe para fora."

"Ela recebeu uma mensagem dizendo que você estava em perigo e, sem pensar duas vezes, veio te resgatar."

"Ela tentou te tirar de São Siena, até forjou uma carta de divórcio. Diga-me, mesmo que eu não a mate, Thales também não a deixaria em paz, não é?"

Flavia engoliu o arroz em sua boca e continuou a comer mais, parecendo extremamente faminta.

Somente quando a tigela estava vazia, ela finalmente levantou o rosto desgrenhado para olhar para Marcelo.

"Você não comeu tudo, desperdiçar comida não é coisa de menina boa."

O olhar de Flavia voltou-se novamente para a tigela, com o arroz grudado nas bordas, ela... precisava lamber com a língua para limpar tudo.

Ela pressionou os lábios, com os lados do rosto e cabelo ainda cobertos por grãos de arroz, tentou várias vezes, mas ainda não conseguia levar à boca.

Marcelo riu e disse: "O quê? Querendo dignidade?"

"Você tem sido um cachorrinho ao lado de Thales por tantos anos, onde está sua dignidade?"

"Agora você quer dignidade, mesmo que isso custe a vida de sua amiga?"

Suas palavras eram como facas, atingindo cada ponto fraco e sensível dela.

Flavia engoliu a saliva, fechou os olhos e aproximou a cabeça da tigela novamente.