Minha Esposa Muda romance Capítulo 153

Marcelo franziu os lábios, observando-a despir-se peça por peça.

Em seguida, ela se abraçou e virou-se para a parede, desejando poder enfiar a cabeça na parede, com seus cabelos negros espalhados pelas costas, criando um contraste que atraía olhares.

"Calças. Tire."

A espinha de Flavia endureceu, seus dedos apertando os braços até ficarem brancos, sua silhueta frágil tremendo na água.

Ela já não tinha esperanças de ser resgatada.

Porque ninguém viria salvá-la, ela sabia...

Nas inúmeras vezes em que ela tinha rezado por alguém para salvá-la, ninguém estendeu a mão, ninguém.

Ela não era mais a garota muda que tinha alguém para protegê-la na infância.

Rafael havia desaparecido.

Thales também não se importava mais com ela.

Seu entorno já era um deserto vazio, sem ninguém, a única pessoa que a tratava como amiga e se importava com ela, agora estava amarrada por Marcelo.

Qual era o sentido de sua luta e dignidade?

Flavia cedeu, ela parou de lutar. Como Marcelo queria que ela fizesse, ela fazia.

Se ele queria que ela se despisse, ela o fazia; se ele queria que ela morresse, então ela morreria.

Sua vida miserável, afinal, não importava para ninguém.

Não importava mais.

Talvez fosse o cansaço, ou talvez o frio do banheiro, ou talvez o tormento de Marcelo fosse demais.

De repente, ela sentiu tudo girar, aquele familiar sentimento de tontura a invadindo novamente.

Flavia balançou e caiu no chão.

...

Esse era o terceiro dia desde o desaparecimento de Flavia, e Lucas ainda não a havia encontrado.

Ele estava desesperado, andando de um lado para o outro no jardim da mansão.

Enquanto todos estavam preocupados, Thales era o mais calmo. Ele havia trabalhado normalmente nos últimos dias, voltando para casa como se Flavia ainda estivesse lá.

O sorriso nos lábios de Marcelo hesitou por um momento, mas foi rápido: "Isso mesmo, depois de sofrer, talvez decida voltar para casa."

Thales virou a cabeça levemente, olhando diretamente para Marcelo.

Marcelo encarou de volta sem desviar.

Os dois permaneceram em silêncio, o elevador estava excepcionalmente quieto, como se o tempo e o espaço tivessem sido congelados, não fosse pelos números saltando no painel.

O elevador chegou ao 20º andar, Thales saiu, dizendo antes de ir: "Aquelas propostas de investimento, lembre-se de pegar."

Marcelo hesitou, mas antes que pudesse dizer algo, as portas do elevador se fecharam novamente.

Mais tarde, Marcelo foi ao escritório do presidente pegar as duas propostas, percebendo que Thales já havia assinado.

"Isso foi aprovado?"

Thales massageou a testa, mostrando sinais de cansaço: "Siga em frente com isso, não demore muito."

"Eu sei, eu vou cuidar disso imediatamente."

Essas propostas de investimento consumiam quase cinquenta por cento do capital de giro da empresa; quanto mais demorassem, maior o risco de perdas.