Minha Esposa Muda romance Capítulo 160

Água gelada continuamente invadia suas narinas e garganta, um sentimento de sufocamento a envolvia, seus pulmões quase explodindo.

Flavia, instintivamente lutando na água, usava braços e pernas, espalhando água do banho por todo o chão.

Após pouca resistência, Thales a agarrou pela gola da camisa, puxando-a para fora.

Ela respirava arduamente, expelindo bastante água pela boca e nariz.

"Diga-me, foi por sua própria vontade?" - perguntou Thales novamente.

Flavia abriu os olhos, a água que escorria por sua cabeça obstruindo sua visão.

Ela se esforçou para ver o rosto de Thales, mas não conseguiu distinguir nada.

"Se foi voluntária?" - ele perguntou novamente.

Flavia apenas assentiu com a cabeça.

Como esperado, Thales a submergiu novamente.

Desta vez, Flavia não lutou. Ela jazia na água, deixando o frio consumi-la, seus braços pendiam impotentes na água.

Sem coragem para morrer, se Thales pudesse ajudá-la, seria bom.

Morrer seria bom, seria libertador.

Morta, ninguém mais seria prejudicado por ela, morta, não haveria mais dor.

Ela, uma pessoa como essa.

Ela já deveria estar morta.

Flavia fechou os olhos, mas as lembranças de anos passados inundaram sua mente, a sensação de sufocamento atingiu o auge e sua consciência começou a ficar turva.

Naquele momento, Thales a puxou novamente e, sob a pressão em seu peito, ela cuspiu um grande jato de água.

Thales a soltou.

Flavia, apoiada na borda da banheira, começou a tossir desesperadamente, com água escorrendo da cabeça aos pés, pingando no chão.

Thales também estava encharcado, a luta dela havia respingado em suas roupas, deixando-as manchadas.

Thales tirou a jaqueta, jogando-a casualmente no chão ao seu lado.

Ele se agachou na frente de Flavia, levantando seu queixo: "Agora me diga, você foi voluntária?"

Flavia forçou um sorriso, mas, apesar de tentar várias vezes, não conseguiu sorrir.

Por que ele se importava tanto com o fato de ela ser voluntária ou não?

Flavia piscou, fechou os olhos e lentamente deslizou para a água, suas roupas e cabelos se espalhando na água.

Realmente, querer morrer não era difícil.

Ela manteve os olhos fechados, deixando a água encher suas narinas, sentindo lentamente a água encher seu coração e pulmões com aquela sensação de sufocamento.

Flavia tentou ignorar o desconforto físico, lembrando-se continuamente de momentos felizes do passado.

Lembrava-se de Thales segurando sua mão no caminho para a escola, seu sorriso indulgente, ele bagunçando seu cabelo e dizendo para ela comer mais, pois não gostava de esposas muito magras.

Embora fossem palavras destinadas a agradá-la, ela sempre as levava a sério.

Você é tão ingênua.

Um sorriso amargo se formou nos lábios de Flavia.

Assim seria sua vida...

Estaria tudo acabado.

Ela afundou lentamente no fundo da água.

Thales, do lado de fora, ficou parado por alguns minutos, sem ouvir nenhum som, franzindo a testa e, de repente, abriu a porta do banheiro com um chute.