Minha Esposa Muda romance Capítulo 1676

Flavia suspirou, pensando em Marcelo. Só de lembrar dele, sentia os dentes rangendo de raiva.

Ele sempre machucava as pessoas ao redor dela, sem qualquer consideração, nunca se importando com os sentimentos dela. Vez após vez, apagava os poucos laços que ainda existiam entre eles.

"E desta vez, Fábio conseguirá lidar com Marcelo?"

"Marcelo está no país H. Fábio não tem essa capacidade, e a polícia também não tem um braço tão longo. Você sabe quem manda no país H?"

Flavia baixou o olhar. Ela sabia bem, eram os magnatas da família Nunes que ditavam as regras. Com o apoio deles, Marcelo ficava cada vez mais ousado e imprudente.

Ela não sabia o que ele poderia fazer a seguir. Ele era como uma bomba relógio, visível a todos, mas impossível de desarmar.

Thales agora estava longe, mas Pablo não podia ir embora, e estava em perigo constante.

Inicialmente, ela tinha pensado em sair para espairecer, mas acabou ficando mais preocupada.

A paz que ela pensava ter encontrado era apenas superficial.

Depois de caminhar um pouco, Flavia não quis mais andar. Encontrou um banco e sentou-se. "Vamos descansar um pouco, estou cansada."

Thales se sentou ao lado dela, segurando Pequeninho, e percebeu que ela estava com algo na cabeça. "Não se preocupe tanto, Pablo ficará bem."

Flavia virou-se para ele.

Ela balançou a cabeça. "Eu também não quero que você se machuque."

Thales sorriu ao ouvir isso.

"Por que está sorrindo?"

"Nada, é só que não é comum ouvir você se preocupar comigo."

Thales ouviu pacientemente até que ela terminasse de falar. Colocou Pequeninho de lado e a puxou para mais perto, envolvendo seus ombros.

"Não se preocupe, eu sei o que estou fazendo. Entendo o que você quer dizer. No passado, eu costumava fazer coisas que achava que eram boas para você, mesmo contra sua vontade. Já refleti muito sobre isso."

Flavia olhou para ele, comovida.

Ele realmente tinha mudado, era visível. Não era mais o Thales impulsivo de antes, que achava que podia controlar tudo.

A arrogância e a ousadia tinham desaparecido, dando lugar a alguém mais equilibrado, que transmitia uma verdadeira sensação de responsabilidade.

Mas Flavia sabia que a mudança de uma pessoa não dependia da idade.

Devia ter passado por experiências marcantes, que desgastaram as arestas inatas de sua alma.

Flavia não disse nada, apenas se encostou em seu ombro, sentindo o suave perfume de jasmim em sua camisa, misturado com o calor que era dele.