Minha Esposa Muda romance Capítulo 1687

Thales olhou para ele sem expressão.

Pablo, naquele momento, não podia fazer nada além de falar bravatas. Era difícil decidir se ele merecia pena ou zombaria.

Depois de reclamar por bastante tempo, ele estava exausto devido à perda de sangue e acabou adormecendo no sofá sem perceber.

Otávio, ao vê-lo adormecido, perguntou: "Ele está dormindo, devemos levá-lo de volta?"

"Deixe-o descansar", respondeu Thales.

Assim, os dois não se preocuparam com ele, e Pablo, usando seus ferimentos como desculpa, permaneceu lá no dia seguinte.

Não só no dia seguinte, mas também no terceiro e quarto dias, ele continuou a ficar ali.

Otávio estava um pouco preocupado. Ele se perguntava se a família Nunes pensaria que Pablo estava desaparecido e se Marcelo, que estava sempre de olho nele, perceberia que Thales já havia chegado.

Thales, é claro, também havia pensado nessas questões. Quando Otávio perguntou, Thales simplesmente disse para não se preocupar e deixar as coisas acontecerem naturalmente.

No entanto, Otávio estava exagerando em suas preocupações. Pablo ficou ali por quatro dias, e a família Nunes não deu qualquer sinal de preocupação, como se a vida ou morte dele não importasse para eles.

Dizer que isso não o afetou seria mentira.

Pablo, nos últimos dias, estava cada vez mais desanimado. Ele parou até de reclamar, apenas deitava no sofá, olhando para o teto, perdido em pensamentos.

Após tantos anos servindo à família Nunes, não esperava ser tratado dessa forma.

Quando o chamaram de volta, ele estava apenas irritado. Mas agora, a indiferença deles o deixava desolado.

Thales lançou-lhe um olhar, e não precisava perguntar para saber o que ele estava pensando. Então, ele perguntou: "Como está seu ferimento?"

Pablo respondeu, debilitado: "Não vou morrer."

Thales hesitou um pouco. "Não pretende voltar?"

Pablo soltou uma risada amarga: "Você acha que vale a pena? Não faz sentido, nenhum sentido."

Por isso, não houve qualquer reação. Afinal, Pablo não era realmente um dos Nunes, e eles não precisavam dar qualquer satisfação.

Marcelo, por outro lado, percebeu que havia algo estranho.

Ele entendeu que quem levou Pablo não era o mesmo grupo que o atacou. Não tinha certeza de quem era, mas suspeitava fortemente que fosse Thales.

Porque, se fosse apenas Otávio ou os subordinados de Pablo, não haveria razão para ele se esconder. O único motivo para ele ficar escondido seria encontrar segurança na presença de Thales.

Coincidentemente, Gustavo também havia retornado.

Antes que Gustavo pudesse falar, Marcelo perguntou: "Ele está aqui, não é?"

Gustavo ficou surpreso, mas ao mesmo tempo achou que fazia sentido. Ele assentiu: "Sim, ele está aqui há alguns dias."

Marcelo, pensativo, sentou-se na cadeira e perguntou: "Não houve nenhuma ação por parte dele?"