Minha Esposa Muda romance Capítulo 1739

Flavia ainda estava hesitando sobre levar ou não Pequeninho e os outros, mas, depois de pensar um pouco, decidiu que seria melhor não levá-los. Caso houvesse algum imprevisto, seria inconveniente estar com duas crianças.

Além disso, Íris já estava muito à vontade cuidando deles. Pequeninho estava muito mais comportado do que antes, e Íris conseguia lidar bem com ele.

Carla, então, nem precisava se preocupar.

Assim que tudo estava pronto, Thales partiu com Flavia.

Primeiro tomaram um avião. Após desembarcar, pegaram um barco e utilizaram vários outros meios de transporte até chegarem a um lugar à beira-mar chamado Vila das Águas Serenas.

Flavia olhou para o oceano à sua frente e a cadeia de montanhas atrás da vila, e perguntou a Thales, confusa: "Pablo está aqui?"

Thales balançou a cabeça: "Não, não está aqui. Espere um pouco."

Thales colocou a mala no chão para que ela pudesse se sentar e descansar.

Flavia não esperava que a viagem fosse tão complicada. Ainda bem que não trouxe Pequeninho e os outros, só para chegar à Vila das Águas Serenas eles já haviam se deslocado por dois dias, e ainda não tinham chegado ao destino. Realmente não sabia em que lugar remoto Pablo estava escondido.

A vila parecia abandonada, não havia ninguém por ali. As estradas que levavam ao vilarejo estavam cobertas por vegetação densa, e os edifícios que se viam entre as plantas estavam em ruínas.

Conforme a noite caía, Flavia começou a ficar com medo. "Por que estamos esperando aqui? Este lugar parece assustador."

Thales sentou-se ao lado dela e disse: "Estamos esperando alguém vir nos buscar."

Ele olhou para o relógio e comentou: "A essa hora, eles não deveriam estar perdidos no mar, deveriam?"

"Ah?"

Thales a tranquilizou: "Eles não estão familiarizados com esses lugares. Você insistiu em vir, então teremos que passar a noite aqui."

"…Ah."

Flavia olhou novamente para a Vila das Águas Serenas. O pôr do sol tingia os edifícios com um brilho laranja, conferindo-lhes uma aparência estranhamente bela.

O mar à frente era vasto e sem fim, enquanto a vila atrás estava assustadoramente silenciosa, exceto pelo ocasional som do vento agitando a vegetação.

Era como uma cena de filme de terror, cheia de mistério e inquietação.

Ela perguntou nervosa: "Não tem fantasmas aqui, né?"

Thales a observou enigmaticamente e respondeu com uma única palavra: "Tem."

Flavia ficou pálida e se aproximou dele instintivamente: "Não me assuste, estou com medo."

Thales a abraçou firmemente: "Não se preocupe, estou aqui para protegê-la."

"Você conseguiria vencer um fantasma?"

"Não, mas posso correr com você."

Thales levantou-se, pegou um galho do chão e começou a caminhar em direção à vila.

Flavia olhou para todos os lados e não teve coragem de ficar sozinha na praia. Rapidamente, levantou-se e, puxando sua mala, seguiu adiante.

Thales chegou à frente de um matagal e usou um bastão para quebrar todas as plantas no caminho. Em seguida, afastou-as com o bastão, constatando que não havia nenhuma criatura assustadora.

Ele continuou a caminhar, com Flavia seguindo de perto, olhando constantemente ao redor, com a sensação de que alguma fera poderia saltar das plantas a qualquer momento.

O silêncio era tal que parecia não haver vida ali.

Dentro da casa, a vegetação crescia, embora menos do que lá fora. Assim que entraram, ambos ficaram cobertos de teias de aranha.

Flavia colocou sua mala na entrada e agarrou o braço de Thales, mantendo-se bem próxima a ele.

Ele queria continuar explorando a casa, mas Flavia o segurou. "Não vamos mais entrar, está muito escuro e assustador."

Na sala, ainda havia um pouco de luz, mas mais adiante, a escuridão era total. A porta estava entreaberta, revelando apenas contornos indistintos de objetos. Não sabiam o que poderia haver naquela escuridão.