Minha Esposa Muda romance Capítulo 1744

Flavia olhou para trás em direção à Vila das Águas Serenas e percebeu que já tinha corrido muito longe. A vila estava ficando cada vez menor em sua visão, com as casas se transformando em pequenas estruturas que pareciam túmulos.

De repente, Flavia sentiu uma vontade de não voltar mais.

Após correr na praia durante toda a manhã, Flavia estava exausta. No fim, não conseguiram nada além de uma concha e algumas estrelas-do-mar.

Ela retornou cansada à Vila das Águas Serenas e sentou-se em uma pedra à beira da estrada. "Se vivêssemos à beira do mar e dependêssemos da pesca para sobreviver, acho que morreríamos de fome."

Thales respondeu: "Comigo aqui, como você passaria fome?"

Flavia lançou-lhe um olhar e de repente disse: "Quando eu estava lá longe, olhando para essas casas, parecia que tudo estava abandonado. Por que será que este lugar foi deixado assim?"

"Talvez as pessoas tenham ido embora."

"Será mesmo?"

Thales assentiu. "O que mais poderia ser? Não pense tanto nisso. Mesmo em nosso país, há muitos vilarejos nas montanhas que foram abandonados porque as pessoas se foram, quanto mais num lugar como este."

"Entendi."

Flavia estava com fome. Ela pegou dois pães e deu algumas mordidas.

Thales disse: "Vou dar uma olhada em outro lugar, espere aqui."

Flavia ficou surpresa. Ele ainda não desistira da ideia de explorar. Ela rapidamente agarrou seu braço. "Não vá."

"Não se preocupe. Está claro agora, não há problema. Quem sabe eu encontre uma casa sem caixões."

Flavia hesitou. O quarto com caixões que viram na noite anterior ainda a deixava sem dormir. Embora também quisesse encontrar uma casa sem caixões, mesmo se encontrassem, não parecia que seria muito melhor.

Contudo, Thales estava decidido e começou a caminhar para mais longe por conta própria.

Flavia rapidamente largou o pão e o seguiu.

"Você vai mesmo?"

"Já chegamos até aqui. Você acha que é mentira?"

Ele já estava diante de outra casa, e ao chutar a porta, viu que era ainda mais impressionante. Três caixões estavam alinhados no salão, assustando Flavia, que o abraçou.

"Não entre, não entre. Vamos para a próxima."

Ela o puxou, principalmente para evitar que a curiosidade dele o levasse a abrir os caixões.

Embora, para ser sincero, Thales quisesse realmente ver o que havia dentro dos caixões, Flavia não permitiu de jeito nenhum.

Sem outra escolha, ele saiu daquela casa e foi para a próxima.

Na sala desta casa não havia caixões, mas havia três quartos. Thales abriu a primeira porta e não encontrou nenhum.

Flavia ficou visivelmente animada. "Será que esta casa não tem?"

Thales não respondeu e foi até a próxima porta, que também não tinha. Ficou surpreso.

"Talvez este seja nosso abrigo para esta noite?"

Flavia assentiu. "Talvez."

Flavia não o seguiu, e a primeira coisa que ele fez ao entrar na casa foi tentar abrir os caixões. No entanto, todos estavam selados, e ele empurrou por um bom tempo sem conseguir abrir nenhum.

Então, ele decidiu tentar com outro caixão, mas todos igualmente selados.

Por fim, encontrou um que não estava trancado. Ao abrir, não encontrou nada dentro. Ele ficou olhando para o interior por um momento antes de fechar a tampa novamente.

Depois de um tempo, Thales voltou carregando uma pilha de moldes e os jogou no chão.

Flavia o encarou: "Você foi olhar os caixões, não foi?"

"Não." Thales negou.

"Claro que olhou. Não conheço você?" Flavia olhou para ele, irritada.

Thales deu um sorriso: "Não tinha nada lá dentro. Você precisa mesmo se assustar tanto?"

"Nada mesmo?"

"Sim, eu olhei, estava vazio."

"Então por que eles têm tantos caixões em casa?"

Thales, enquanto empilhava lenha, respondeu: "Bem, isso vamos descobrir amanhã quando explorarmos."

"..."