Minha Esposa Muda romance Capítulo 237

Thales observou o pânico em seus olhos, seu olhar vacilou por um momento.

Em seguida, ele recolheu a mão e dirigiu diretamente para Ilha Bela.

Ao chegar em casa, dirigiu-se diretamente para o escritório, enquanto Flavia jazia na cama, coberta por um cobertor, com a mente inundada pelas imagens que vira na morgue.

Incluindo as palavras que Thales lhe dissera.

Ela não podia deixar de associar o ocorrido a Thales.

Naquela noite, Flavia não conseguiu dormir, fechar os olhos significava ter pesadelos.

Sonhou com Eliana lutando em meio a um incêndio, desesperada entre as chamas, e no final do sonho, a pessoa no fogo era ela.

A sensação de asfixia e queima era tão real.

Até que acordou sobressaltada, sentindo quase fisicamente a ardência do sonho.

Flavia encarava o teto respirando ofegantemente, e só depois de um tempo o som dos trovões a trouxe de volta à realidade.

Olhando de lado, viu o céu escuro e a chuva torrencial lá fora, a proteção da janela já estava instalada, finos fios de ferro erguidos ao lado da janela, isolando a mansão do mundo exterior como uma prisão.

Flavia desviou o olhar, sentou-se na cama e enxugou o suor frio da testa.

Ela saiu da cama para se lavar e depois foi à cozinha.

Mal havia descido as escadas, alguém começou a bater freneticamente na porta, e a campainha também soava.

Flavia sentiu um aperto no coração, olhou para o andar de cima, sem saber se Thales estava em casa.

Olhou para o relógio na parede, surpresa ao ver que já eram dez e meia, pensara que fosse apenas sete ou oito horas.

Contendo a respiração, aproximou-se da porta e espiou pelo olho mágico.

A pessoa do lado de fora era Gabriela.

Naquele momento, Gabriela estava visivelmente ansiosa, encharcada pela chuva, batendo freneticamente na porta e chamando por Thales.

Gabriela, como se enlouquecida, agarrou os ombros de Flavia e começou a sacudi-la freneticamente: "Fala! Ele está se escondendo, não está?!"

Flavia, tonta com a agitação, não pôde deixar de empurrar Gabriela para longe.

Gabriela tropeçou para trás, seu rosto mostrava um pânico anormal.

Naquele momento, Gabriela parecia mesmo uma louca, com os cabelos molhados pela chuva despenteados, seu rosto exibia uma expressão assombrada, com olhar errante e cheio de medo.

Gabriela avançou novamente e agarrou o pescoço de Flavia: "Fala! Onde ele está?"

Flavia foi empurrada contra a balaustrada da escada, a dor aguda em sua cintura a atingindo em ondas.

Ela agarrou as mãos de Gabriela, tentando afastá-la.

Os olhos de Gabriela estavam vermelhos de raiva, e ela, com a voz rouca de desespero, disse entre dentes: "Me diga onde ele está, ou eu te mato!"

Com a visão escurecendo, Flavia ainda conseguiu, por instinto, estender a mão e agarrar os cabelos de Gabriela.