Minha Esposa Muda romance Capítulo 264

Flavia deixou a cabeça cair, lágrimas grandes caíam sem parar enquanto ela fixava o olhar naquele braseiro, chegando a conceber a ideia de mergulhar nele.

Vendo que ela não se mexia, Marcelo também não se irritou, retirou um tablet de trás e o operou brevemente.

"É ela?"

Flavia levantou a cabeça e viu, na tela, Marisa acordada na cama do hospital, recostada e conversando com a enfermeira ao lado.

Sem som, era impossível saber sobre o que conversavam.

Ela torcia os dedos, desviando o olhar da tela para o rosto de Marcelo, que exibia uma postura de total controle.

Ela mordeu o lábio, lutando com suas emoções, e após um longo momento, abaixou os olhos, seus cílios escondendo o que sentia.

Com as mãos no chão, ajoelhou-se e começou a se arrastar lentamente em direção ao homem.

O arrastar das correntes em seus tornozelos produzia um som claro contra o piso.

Ela se ajoelhou diante de Marcelo, olhando para cima.

Marcelo inclinou-se, levantando seu queixo com um sorriso: "Veja só, não é tão difícil obedecer, não é mesmo?"

As lágrimas de Flavia caíam, uma a uma, nas mãos de Marcelo.

Ele a observou por um momento e, de repente, a soltou: "Quando você ver Thales novamente, lembre-se de dizer a ele que você não quer voltar."

Deixando essas palavras para trás, ele se levantou e saiu.

Somente após ouvir a porta se fechar, Flavia sentou-se, sem forças.

Marcelo não retornou mais. Flavia se deitou no sofá, ainda atordoada pela bofetada que recebera, e sem perceber, adormeceu.

Outro lado.

Lucas recebeu uma mensagem de texto inesperada, que pensou ser spam.

Ao abri-la, tomou um susto tão grande que seu celular voou de suas mãos, aterrissando com um estalo a dois metros de distância.

Ele enxugou o suor da testa e cuidadosamente pegou o celular do chão.

Ele estava na sala de estar em Ilha Bela, olhou instintivamente para o andar de cima, pensando se o presidente Duarte já estaria dormindo.

Lucas permaneceu parado, olhando o Maybach desaparecer na noite, sem saber o que fazer.

...

Flavia, meio adormecida, sentiu seu rosto fresco e coçando, como se alguém o acariciasse.

Ela tremulou os cílios e esforçou-se para abrir os olhos pesados, tudo parecia embaçado.

Fez uma pausa e tentou novamente, seus olhos se abriram.

Um arrepiada a despertou completamente de seu sono.

Ela ainda estava deitada no sofá, mas não havia ninguém por perto.

O fogo no braseiro havia se extinguido, deixando o interior frio, suas mãos e pés estavam gelados e dormentes.

De repente, percebendo algo, Flavia levantou os dedos para tocar seu rosto, sentindo uma substância pegajosa como cola.

Ela levou os dedos ao nariz, detectando um leve aroma fresco e uma sutil fragrância medicinal.