Minha Esposa Muda romance Capítulo 321

Flavia hesitou por um momento, afastando rapidamente o olhar de Marisa, mordendo o lábio e balançando a cabeça em negação.

Marisa, após tantos anos de vida, como ela não percebeu que a Flávia estava mentindo?

Ela segurou a mão de Flavia, falando com toda a seriedade e carinho: "Vivi, não minta para mim, se você estiver sofrendo por minha causa, eu não conseguirei viver em paz."

Flavia virou-se bruscamente para ela, gesticulando apressadamente com as mãos, tentando assegurar: Não, vovó, estou bem, por favor, não se preocupe comigo.

Marisa a observou profundamente, incapaz de resistir, estendeu sua mão enrugada, acariciando suavemente a face de Flavia.

A voz da anciã carregava um misto de emoção e soluços: "Vivi, não espero que eu tenha sido um fardo para você."

As palavras da idosa fizeram os olhos de Flavia se encherem de lágrimas, que caíram incontrolavelmente enquanto ela apertava a mão de Marisa.

Na verdade, era ela quem havia sobrecarregado Marisa.

Se Marisa fosse um pouco mais egoísta, não estaria vivendo essa vida miserável, muito menos sendo maltratada por seu próprio filho e nora daquela maneira.

Flavia balançou a cabeça levemente e a abraçou.

Havia um calor especial no abraço da anciã, um calor que Flavia nunca havia experimentado antes, uma sensação aconchegante de lar.

Ela já havia sentido isso nos braços de Thales, mas por algum motivo, aquele abraço se tornou frio.

Não pertencia mais a ela.

Flavia fechou os olhos, aproveitando aquele calor efêmero, sabendo que em breve, talvez nem se lembrasse mais de Marisa.

Esqueceria de Bianca, de Marisa, esqueceria todos.

E, eventualmente, até de quem ela mesma era.

Marisa acariciava suas costas suavemente, como fazia para embalá-la ao sono quando criança.

Flavia devia ter estado realmente exausta, pois adormeceu sem perceber.

Quando acordou, já era madrugada, duas horas da manhã.

Enquanto esperava um carro na entrada do hospital, seu celular tocou com uma chamada desconhecida.

Flavia não sabia quem poderia ligar a essa hora, mas atendeu mesmo assim.

"É a Flavia Lopes?"

A voz era vagamente familiar, mas ela não conseguiu identificar. Contudo, a pessoa do outro lado logo se identificou: "Sou Fábio Duarte."

"Parece que o presidente Duarte bebeu um pouco além da conta. Você quer vir buscá-lo?"

Fábio continuou: "Vou enviar o endereço por mensagem. Se você ir ou não, é uma decisão sua."

Após dizer isso, ele desligou. Pouco depois, o endereço chegou por mensagem.

Flavia abriu a mensagem, que indicava um hotel. Ela nunca havia estado lá, mas justamente nesse momento o carro chegou, e ela mostrou o endereço ao motorista.

O motorista expressou surpresa: "Uau, um hotel de cinco estrelas, hein? É para lá?"