Minha Esposa Muda romance Capítulo 333

Esses dois bonecos... foram os que Thales comprou para ela numa casa de jogos eletrônicos uma vez.

Aquelas memórias cobertas de poeira, à medida que a foto aparecia, a poeira ia desaparecendo gradativamente, revelando suas formas claras.

Era uma tarde de sexta-feira, ensolarada.

Flavia foi esperá-lo na entrada da sua escola secundária, esperou muito, muito tempo sem vê-lo aparecer.

Até que quase anoitecendo, o jovem de camisa branca, carregando o uniforme escolar e a mochila, saiu do portão da escola com um pequeno grupo de amigos.

Seus amigos, ao verem a menina na porta, brincaram com ele: "Sua futura esposa está te esperando."

O jovem deu um tapa na nuca de um deles e deixou o grupo para trás, caminhando em sua direção. Ajoelhou-se diante dela, fixando seu olhar na face frustrada dela e perguntou com um sorriso: "Você esperou muito tempo?"

Naquela época, ingênua, ela assentiu honestamente e estendeu três dedos, indicando que esperou por três horas.

Ele a pegou no colo por hábito, beliscou suas bochechas e disse: "Então, vou compensá-la."

Ele a levou para a casa de jogos eletrônicos, segurou sua mão e apontou para as máquinas de agarrar pelúcias, dizendo: "Vá, escolha qualquer uma, eu vou pegar para você."

Ela gostou de dois bonecos, um grande e um pequeno, que estavam juntos.

Os dois bonecos próximos um de outro a fizeram se sentir muito parecidos com ela e Thales.

Ela queria aqueles dois bonecos, mas estavam presos no fundo, impossíveis de serem pegos.

Thales continuou tentando até a casa de jogos fechar, gastou mais de cem reais e não conseguiu pegar os dois bonecos.

No fim, acabou comprando diretamente do proprietário da loja.

Apesar de terem sido comprados, ela os tratava como tesouros, não largando os bonecos por nada.

Ela entregou o maior para ele, que ao receber, perguntou sorrindo: "Você vai me dar?"

Ela balançou a cabeça, apontou para o boneco e gesticulou: Este é você.

Flavia fechou os olhos, levantou a mão para limpar as lágrimas, cobrindo seus olhos.

O celular repousava silenciosamente em sua palma, e os bonecos na foto pareciam estar olhando para ela através da tela.

Naquela noite, Flavia não conseguiu dormir.

Antes do amanhecer, ela se sentou na cama, a noite sem sono fez com que o cobertor ficasse gelado, suas mãos e pés estavam frios, e ela estava tossindo.

Pegou um resfriado.

Ela olhou para o céu levemente iluminado lá fora, saiu da cama, notou o celular no criado-mudo e, novamente, não resistiu em pegá-lo e desbloqueá-lo. A foto ampliada ainda jazia tranquilamente no celular.

Flavia pressionou a tela por um longo tempo, salvando a foto e, em seguida, a minimizou, deixando-a voltar ao seu estado original cinza e empoeirado.

No entanto, ao clicar para voltar, ela viu no topo da caixa de bate-papo com Thales, que dizia "digitando..."

O coração de Flavia disparou, fixando o olhar naquela linha de texto.