Minha Esposa Muda romance Capítulo 339

Ela mantinha um sorriso forçado no rosto, falando no microfone: "Agora que ele está aqui, acho que não preciso explicar qual é o nosso relacionamento, não é?"

"Ele sempre foi assim, não gosta muito desse tipo de evento, tampouco de expor sua vida pessoal. Por isso, raramente aceita entrevistas. Sobre qual é a minha relação com Thales, peço que não façam mais perguntas."

"Só posso dizer que, se nosso relacionamento fosse algo a ser escondido, como todos imaginam, ele não estaria aqui comigo."

Essas palavras eram uma mensagem aos jornalistas e a todos que estavam assistindo, que Thales estava disposto a participar dessa coletiva de imprensa, independente da natureza de seu relacionamento com ela, pelo menos mostrava o lugar que ela ocupava em seu coração era diferente e inabalável.

Os dois parados diante das câmeras, um com uma elegância nata e a outra com uma simplicidade cativante, pareciam feitos um para o outro.

Marcelo, de algum modo, acabou sentando ao lado de Flavia: "Que sensação você tem?"

Flavia virou-se para olhá-lo, seus olhos brilhando brevemente antes de abaixar a cabeça novamente.

Que sensação ela poderia ter? Ela não tinha sensação alguma.

Marcelo fez um som de desdém, brincando com uma mecha de cabelo de Flavia, dizendo de maneira provocativa: "Ainda não consegue se desapegar, hein? Você é mais baixa do que eu imaginava."

Flavia ficou surpresa, sem retrucar.

Marcelo moveu o dedo para o queixo dela, virando seu rosto para encará-lo: "Flavia, que tal vir comigo e deixar este lugar?"

Ela virou o rosto, mas ele a forçou a olhá-lo novamente.

"De que você tem medo? Medo que eu te bata?" - Ele mesmo riu de sua pergunta.

Flavia apertou os dedos, sem se atrever a se mover, sabendo que a qualquer momento ele poderia lhe dar um tapa.

Marcelo disse: "Por que você ainda não se lembrou?"

"Você realmente se esqueceu de tudo, que pena."

Ao dizer isso, seu sorriso desapareceu e ele, de repente, agarrou o cabelo de Flavia, puxando-a para si: "Você acha que merece morrer?"

Por que se lembrar de coisas que era melhor esquecer?

Ela guardou o caderno na bolsa, trocou de roupa e saiu.

Ao descer as escadas, viu Marcelo sentado no sofá tomando café. Ele ainda vestia a mesma roupa vermelha escura, e seus cabelos levemente encaracolados estavam presos atrás da orelha, mechas soltas enquadrando seu rosto.

Essa aparência se encaixava perfeitamente na descrição de um belo homem antigo, como Gabriela havia mencionado.

Com um terno, ele parecia nobre e elegante; mas naquela roupa, parecia suave e amável.

Para Flavia, que conhecia sua verdadeira face, nenhuma roupa poderia esconder sua natureza obscura.

Ela pretendia passar direto, mas ao chegar perto de Marcelo, hesitou, segurando sua bolsa nervosamente, temendo que ele não a deixasse ir.

Marcelo apenas continuou saboreando seu café calmamente, sem sequer levantar os olhos.