Minha Esposa Muda romance Capítulo 368

Flavia baixou o olhar e percebeu que não tinha nenhum caderno consigo.

O Dr. Soares ainda queria dizer algo, mas vendo-a assim, supôs que ela provavelmente não se lembraria: "Vamos, eu levo a senhora de volta."

Ele decidiu, então, voltar e contar tudo para Thales, antes que fosse tarde demais.

Agora, Flavia estava ainda mais confusa. Ela se levantou e, de forma mecânica, seguiu o Dr. Soares até o carro.

O Dr. Soares dirigiu apressadamente, levando Flavia de volta para a mansão.

Ao descer do carro, Flavia estava prestes a correr para dentro de casa como sempre fazia, mas antes que pudesse entrar, a porta da mansão se fechou com um estrondo, deixando-a trancada do lado de fora.

Ela ficou parada, sem saber o que fazer.

O Dr. Soares, ao seu lado, disse embaraçado: "Senhora, o Sr. Duarte ainda não está ciente da sua situação. Eu vou falar com ele."

Dizendo isso, ele se adiantou para tocar a campainha.

Pouco depois, a porta finalmente se abriu, mas quem apareceu não foi Thales, e sim uma mulher de meia-idade.

"Quem o senhor procura?"

"Estou procurando pelo Sr. Duarte, ele não voltou ainda?"

A mulher o avaliou de cima a baixo e negou com a cabeça: "O Sr. Duarte não vai voltar. Ele me incumbiu de limpar a mansão. Ah, sim, aquele monte de coisas é da senhora? Ele disse que se a senhora não voltasse para pegar, deveria descartar."

Enquanto falava, ela abriu mais a porta, revelando os muitos pacotes e sacolas amontoados em um canto, parecendo um tanto culpada.

Enquanto limpava, ela havia pegado algumas coisas, temendo que fossem verificar.

O Dr. Soares lançou outro olhar preocupado para Flavia, que estava pálida e com um olhar vazio, incapaz de expressar qualquer emoção.

"Então, o Sr. Duarte vai voltar?"

A mulher respondeu: "Já te disse, o Sr. Duarte não voltará. Assim que terminar de arrumar, vamos fechar a mansão."

No dia do casamento, ele havia prometido... cuidar dela por toda a vida.

A vida dela, afinal, foi tão breve.

Flavia não sabia o que havia acontecido recentemente, mas ao ver aquele monte de coisas, seu coração se apertou de dor.

A mansão familiar agora parecia estranha.

A chuva lá fora, os salgueiros balançando ao vento, as luzes brilhantes acima, até o lixo que havia sido limpo.

Cada canto parecia estranho, como se estivesse contando a história de seu casamento breve e infeliz com Thales, tão descartável quanto aquele monte de lixo.

Tão incômodo, tão barato.

O Dr. Soares, parado do lado de fora, depois de muito pensar, decidiu ligar para Thales.

Procurando o número, ele respirou fundo e fez a ligação.