Minha Esposa Muda romance Capítulo 424

Flavia estendeu a mão, abraçando a cintura firme dele, com o rosto inteiro enterrado em seu peito, inalando avidamente o seu cheiro.

Thales também a abraçou, acariciando suas costas, sem dizer uma palavra.

Não se sabia quanto tempo se passou até que a pessoa em seus braços parasse de tremer. Thales a soltou e, olhando para baixo, disse: "Vá dormir em quarto, está bem?"

Flavia levantou a cabeça, com os olhos vermelhos fixos nele, como se estivesse se perguntando se ele iria embora ou não.

Ele levantou a mão, enxugando as lágrimas dos cantos dos olhos dela, e disse suavemente: "Eu ficarei com você".

Dizendo isso, ele a pegou nos braços e foi para o quarto.

Ao desdobrar os lençóis brancos da cama e colocá-la sobre eles, ele olhou ao redor e foi até o guarda-roupa, encontrando um cobertor, que trouxe e cobriu Flavia.

Flavia o observava atentamente, seguindo cada movimento seu pela sala, como se temesse que ele fugisse.

Thales olhou para trás uma vez e disse: "Durma primeiro, vou tomar um banho."

Ele pegou um roupão e entrou no banheiro, e logo depois o som da água correndo se fez ouvir.

As mãos de Flavia, agarradas ao canto do cobertor, finalmente relaxaram, e ela fechou os olhos lentamente, ouvindo os sons da tempestade lá fora, como se não estivesse mais tão assustada.

Sempre que trovejava, ele geralmente estava por perto, e Flavia sabia que, com ele em casa, ela não sentiria medo.

Mas o barulho lá fora era muito alto e, apesar do bom isolamento acústico das portas de vidro, ainda era possível ouvir o estrondo distante do trovão.

E, de vez em quando, o relâmpago adentrava, e mesmo com os olhos fechados, um brilho branco ainda aparecia diante dela.

Ela agarrou o cobertor, cobrindo a cabeça.

Não muito tempo depois, ao som da água corrente do banheiro, seu corpo tenso começou a relaxar, e ela estava quase adormecendo.

A cama afundou ao seu lado, uma rajada de ar frio invadiu o cobertor, seguida de dedos ainda mais frios tocando seu rosto e corpo.

Ela fechou os olhos, ouvindo o batimento cardíaco dele, e se sentiu em paz.

Parecia que o vento feroz e o trovão lá fora haviam se afastado, deixando o quarto em tranquilidade.

Thales não a afastou, mantendo-a abraçada enquanto pensativo olhava para a janela, onde o reflexo deles na cama era projetado no vidro escuro da janela do chão ao teto.

Flavia adormeceu em seus braços.

Fazia muito tempo que ela não dormia tão tranquilamente, tão profundamente, a ponto de até sonhar.

No sonho, Thales se transformava em um ursinho de pelúcia marrom, que a abraçava com força, suave e gentil.

Flavia não sabia por que sonhou com isso, mas segurava o urso com força, como se fosse um salva-vidas.

Talvez por estar abraçando com tanta força, o urso de repente baixou a cabeça para beijá-la.