Minha Esposa Muda romance Capítulo 453

Todos olharam simultaneamente para a porta.

Thales entrou com passos largos e determinados, posicionando-se ao lado, ou melhor, na frente de Flavia.

Ao ver como ele protegia Flavia, a raiva de Dona Duarte, agora não totalmente dissipada, aumentou novamente.

"Thales, ela é apenas uma muda! Por que você insiste em me desafiar repetidamente sobre essa muda? Será que vale a pena?"

A voz de Dona Duarte estava alta e particularmente estridente, a ponto de fazer os ouvidos de Flavia doerem.

Thales encarou Dona Duarte, com os olhos como se estivessem cobertos por uma camada de gelo, e o brilho refletido em suas pupilas escuras exalava frieza.

Isso fez Dona Duarte sentir um arrepio subir pela espinha.

Thales disse: "Não sou eu quem está contra você, é você que está contra mim. Ainda não percebeu?"

Dona Duarte recuperou o senso, e a raiva voltou a colorir suas bochechas: "Contra você? Estou fazendo isso pelo seu bem! Por que você não consegue apreciar minha preocupação sincera?"

"Ah, preocupação sincera".

Seu tom de zombaria era particularmente irritante para Dona Duarte.

"Se você realmente quer o meu bem, pare de interferir em meus assuntos. Não é sempre que consigo sentir sua 'preocupação sincera'."

Essas palavras carregavam uma clara ameaça, fazendo Dona Duarte tremer de raiva: "O que você quer dizer com isso? Está pensando em se rebelar?"

"Rebelar-se seria demais." - Ele mudou de tom, sem rodeios: "Além de ser minha mãe, o que mais você tem que eu deveria desafiar?"

"Você..."

Dona Duarte ficou sem palavras, fixando o olhar em Thales. Se olhares pudessem matar, Thales provavelmente estaria sofrendo uma execução naquele momento.

"Muito bem, Thales, vejo que o criei em vão durante todos esses anos."

"Por causa dessa muda, você até renega sua própria mãe. Você realmente é um filho exemplar."

Flavia agitou as pálpebras e sacudiu a cabeça apressadamente, fazendo gestos: Eu acredito, eu acredito.

Só então a expressão gelada no rosto dele se suavizou um pouco e ele olhou para as roupas molhadas dela: "Por que você não se trocou?"

Flavia mordeu o lábio, gesticulando: Vou me trocar agora.

Depois de gesticular, ela passou por Thales e subiu as escadas.

Thales puxou a gravata, ainda se sentindo incomodado, então a arrancou e a jogou casualmente no sofá.

Acendeu um cigarro, sentou-se no sofá e inclinou a cabeça para trás, soltando uma longa baforada de fumaça.

Flavia, já trocada, desceu as escadas e o viu reclinado no sofá em uma pose desleixada, com um cigarro entre os dedos ao lado do corpo e a outra mão apoiada na parte superior do encosto do sofá.

Seus dedos relaxados pareciam ainda mais longos e bonitos do que o usual.

Flavia se aproximou e olhou para ele de cima.