Minha Esposa Muda romance Capítulo 488

"Então você me diz, como era o verdadeiro Thales?"

Flavia teve um lampejo do jovem em sua mente, seu semblante momentaneamente perdido em devaneio.

Ela estava olhando diretamente para ele, mas seu olhar passava por ele, olhando para um lugar distante que ele nunca alcançaria.

Eram suas lembranças.

Flavia não sabia como responder; levantou a mão, afastando a dele, gesticulando: De qualquer forma, não é como você.

Um sorriso irônico curvou os lábios de Thales.

"E se fosse exatamente como eu?"

Flavia balançou a cabeça firmemente: Não é.

"Tão certa assim?"

Ela balançou a cabeça novamente, com um olhar incrivelmente determinado. Depois de tantos anos, ela não esqueceria o tipo de pessoa que ele era.

Se ela ainda pudesse lembrar das palavras que ele lhe disse quando se casaram, o seu olhar para ele agora provavelmente não seria apenas de distanciamento e estranheza, mas também carregado de escárnio.

Thales a observou por um longo tempo, incapaz de encontrar qualquer expressão familiar em seu rosto, e a soltou.

"Me dá seu celular."

Flavia apertou os lábios, entregando-lhe o aparelho.

Ele pegou o celular dela, fez algumas operações; o ícone dele reapareceu na lista de contatos.

Sem pensar, ele se adicionou novamente e entregou o celular de volta a Flavia, dizendo: "Se você ousar me excluir novamente...".

Ele fez uma pausa por um momento antes de continuar: "Eu lhe darei um lembrete ainda mais profundo".

Um arrepio percorreu a espinha de Flavia.

Ela baixou o olhar para o ícone dele, ainda aquele avatar cinzento. Ao ampliar a foto do perfil, viu uma imagem de dois bonecos.

Flavia mostrou-lhe a foto e, colocando o celular de lado, gesticulou: Onde você tirou essa foto?

A foto brilhante no celular parecia arrancar sua alma e expô-la sob o sol para uma execução pública.

Thales encarou a foto, inexpressivo, mas por longos dez segundos.

Flavia tentou afastar a mão, mas não tinha forças para competir com ele; quanto mais ela tentava, mais ele apertava, como se quisesse esmagar seu queixo.

Ele perguntou novamente: "Você se lembra?"

Doía tanto...

Flavia abriu a boca, lágrimas escorrendo.

Esse demônio, ele não poderia ser Thales.

Ele nunca a trataria assim.

O homem observava seus lábios entreabertos, a raiva crescendo em seus olhos, veias saltando na testa, sua mão apertando o delicado pescoço dela.

"Calada!"

Ela disse:

Thales, me salve.