Minha Esposa Muda romance Capítulo 571

Marcelo fechou os olhos e respirou fundo.

Ele se acalmou e assentiu levemente: "Sou eu."

Ao dizer isso, acrescentou: "Todos esses anos, você esteve aqui?"

O homem assentiu, visivelmente emocionado: "Sim, fiquei aqui esperando, finalmente você voltou."

Seu rosto feio, ao se emocionar, tornou-se ainda mais assustador, como um fantasma faminto por almas.

Marcelo levantou lentamente a mão, hesitou no ar e, por fim, a deixou repousar sobre o ombro do homem. "Você viveu duro."

Parecia que todos aqueles rumores de assombrações foram obra dele.

Com essa face, quem não se assustaria?

Até Marcelo, ao vê-lo, teve um sobressalto, mal reconhecendo-o.

"Não foi nada, foi o senhor viver duramente."

Marcelo baixou os olhos, permanecendo em silêncio por um longo tempo.

Ele observou os braços do homem, também marcados por queimaduras.

Era difícil imaginar como alguém com queimaduras tão extensas conseguiu sobreviver.

Enquanto conversavam, Flavia também saiu da casa.

O homem, ao ver Flavia, ficou surpreso.

Flavia estava ali há um dia e uma noite.

Ele tentou assustá-la, mas parecia que faltava um parafuso na cabeça dela.

Embora estivesse assustada, não fugiu.

Ela se escondeu dentro da casa, agachando-se num canto, cobrindo os ouvidos e os olhos, fingindo-se de morta.

Ele passou várias vezes por ela, mas ela estava com os olhos bem fechados, decidida a fingir que não via nada, obstinadamente encolhida no canto, impossível de ser expulsa.

No final, ele teve pena e lhe deixou algo para comer.

Então, ela simplesmente ficou, esperando ansiosamente por mais comida.

"Ela é..."

"É Flavia."

Ao ver a perplexidade nos olhos dela, Marcelo sentiu uma irritação crescer e, num gesto brusco, empurrou Flavia para longe.

Flavia cambaleou, batendo na parede antes de conseguir se estabilizar.

"Senhor..."

Marcelo deu uma risada fria: "Não se preocupe, de qualquer forma, ela logo esquecerá."

"O que quer dizer?"

"Não é da sua conta."

Luís permaneceu calado, sem continuar a questionar, mudando de assunto: "Senhor, o que o trouxe de volta de repente?"

Marcelo sorriu: "Graças ao Thales, se não fosse por ele me chamar, talvez eu nunca tivesse a coragem de voltar a este lugar."

"Thales? Da família Duarte de São Siena?"

"Exato." - Marcelo mudou o olhar: "Você não deve desconhecer o que aconteceu naquela época, não é?"

"Isso..."

Vendo a reação dele, Marcelo falou com voz firme: "Não tem problema, não te culpo, eu também estou investigando. Não só eu, Thales também veio desta vez, provavelmente para investigar o que aconteceu naquele tempo."