Minha Esposa Muda romance Capítulo 573

Thales já mostrou sinais de impaciência e disse friamente: "Se você quer saber, pode investigar por conta própria. Mesmo que eu conte, você pode garantir que o que digo é verdade?"

Era, de fato, uma verdade.

Não dava para confirmar a veracidade apenas pelo que Thales dizia.

Marcelo não insistiu mais no assunto e retrucou: "Pelo que você diz, parece que sabe de algo, não?"

Thales respondeu: "O que sei também pode não ser verdade, e essa é a razão pela qual vim à Cidade da Paz."

"Para confirmar a verdade que conhece?"

"Exatamente."

Marcelo estreitou os olhos, fixando Thales, como se tentasse discernir a verdade por trás de suas palavras.

Após um momento, Marcelo decidiu encerrar o tópico.

Ele disse: "Não importa qual seja a verdade, seja ela como você conhece ou não, Thales, você ainda deve isso a ela."

Thales endureceu o olhar: "Cuide da sua própria vida, não são da sua conta as questões entre eu e Flavia."

Marcelo soltou uma risada sarcástica: "E se eu quiser me envolver?"

"Então nossa cooperação terá que acabar aqui."

Marcelo deu de ombros, indiferente.

"Tanto faz, afinal, quer cooperemos ou não, você e Fábio já estão em pé de guerra, o que eu tenho a ver com isso?"

Thales também sorriu, embora de forma quase imperceptível: "Flavia foi levada aqui por você?"

"Se ela tivesse vindo comigo, você não a teria encontrado agora."

Marcelo fez uma pausa antes de continuar: "Além disso, eu precisaria trazê-la? O que ela pode lembrar agora?"

Para alguém que não conseguia se lembrar de nada, mesmo que revelesse a verdade e apontasse o culpado, ela não se lembrará.

Qual seria a utilidade dela?

Thales voltou seu olhar para Flavia, cujos olhos pareciam um pouco vazios, como se ainda estivesse digerindo a conversa entre eles.

Ele disse novamente: "Venha aqui."

Flavia hesitou, olhando para Marcelo.

Desta vez, Marcelo não a impediu, então ela tomou coragem e se aproximou de Thales.

Flavia levantou a mão, perguntando: O que ele quis dizer com isso?

Thales relaxou seu olhar, olhando profundamente para Flavia, falando baixinho: "Não escute as bobagens dele."

Flavia mordeu o lábio; ele não parecia estar falando bobagens.

Mas ela guardou essas palavras para si, sem ousar perguntar.

Talvez fosse também uma forma de não querer aceitar as palavras de Marcelo, admitir que estava prestes a enfrentar a morte é, sem dúvida, algo muito difícil.

Thales suspirou suavemente e a abraçou, acariciando o topo de sua cabeça.

"Você ainda pode viver mais."

O sol lá fora ficava cada vez mais forte, e apesar das videiras cobrirem o céu, a luz dentro da mansão se tornava cada vez mais intensa.

Flavia, inalando o aroma familiar dele, sentiu-se um pouco mais tranquila.

Ela mal havia dormido nos últimos dias; na primeira noite, Luís a assustou, e durante o dia, a fome a impediu de dormir.

Ela estava esperando que Luís lhe trouxesse algo para comer, mas em vez disso, encontrou Marcelo e Thales.