Minha Esposa Muda romance Capítulo 653

Thales não teve reação alguma, permaneceu parado no mesmo lugar, sem sequer piscar os olhos.

Por outro lado, Flavia estava ansiosa, apressou-se em frente, agarrou o braço de Marcelo e sacudiu a cabeça em negação.

Marcelo fixou o olhar na confusão dela, um sorriso carregado de escárnio surgiu em seus lábios.

"O que você descobriu?" - Thales perguntou de repente.

Marcelo olhou para ele friamente: "Por que eu deveria te contar?"

Thales ergueu a mão, empurrando a adaga de Marcelo para o lado: "Está ficando tarde, vamos acabar com isso."

Marcelo sentiu como se tivesse socado algodão, irritado, guardou a faca e puxou Flavia para si.

Flavia cambaleou até ficar diante da lápide, olhando para a foto sobre ela, sentiu algo indefinível, diferente da estranheza anterior.

Uma sensação de opressão no peito.

Thales observou as duas figuras de longe, permaneceu em silêncio por um momento, depois se afastou.

Chegou a um quiosque ali por perto, encostou-se a um dos pilares e acendeu um cigarro pensativamente.

Marcelo ajoelhou-se, falou em voz baixa: "Venha ajoelhar-se."

Flavia franziu a testa, olhando para ele confusa.

Ele disse: "Você não sabe ler? Veja os nomes na lápide."

Ao ouvir suas palavras, Flavia finalmente notou as inscrições na lápide, uma chamada Cecélia Costa, outra chamada Leandro Lopes.

Lopes...

Flavia arregalou os olhos, sentindo-se obrigada a olhar novamente para a foto do homem, buscando algo familiar nos traços de seu rosto.

Sua respiração tornou-se progressivamente mais rápida.

Será que...

Poderia ser...

"Afinal de contas, eu devo à sua família Lopes."

Flavia sentou-se no chão, perplexa, ouvindo suas palavras entre soluços.

Ela não entendia o que Marcelo dizia, só sabia que não tinha mais uma casa, a casa que desejava, os pais que ansiava, tudo tinha desaparecido.

Toda esperança e expectativa se tornaram ilusões entre as cinzas que voavam diante de seus olhos.

Marcelo já havia se acalmado completamente, quando de repente, um par de mãos agarrou seu braço.

Ele parou por um momento e então olhou para Flavia.

Ela o encarava com lágrimas nos olhos, como se quisesse gravar sua feição na memória, para poder identificá-lo mais tarde.

Mas, mesmo olhando intensamente e com todo esforço, ela não conseguiu encontrar esse homem em suas lembranças.

Flavia deixou suas mãos caírem, gesticulando: Quem é você?

Marcelo viu os movimentos rígidos de suas mãos, seu sorriso tinha pouco de alegria, mais frieza.